O ESPAÇO DA SOLIDÃO EM MANUEL BANDEIRA
Resumo
Manuel Bandeira é um desses autores difíceis de se estabelecer em qual solo pisa e escava o construto de sua poesia dada a multiplicidade dos terrenos pelos quais se move e os vários itinerários que constrói em sua expressão, que alterna movimentos de fina ironia com de extrema solidão. O objetivo deste trabalho é investigar de que forma a solidão, entendida como espaço da ausência na escritura poética do autor pernambucano, se apresenta contornada em sua linguagem desde o primeiro livro, A Cinza das Horas, e de que maneira se faz uma invariante nos itinerários movediços que percorre até “Belo Belo”. Escavamos a superfície e a profundidade dos terrenos pantanosos de sua poesia, cujas variações estéticas se multiplicam nos movimentos espacializantes de sua obra, como representação do homem da modernidade perdido no meio da multidão e do concreto a tornar-se elemento da plasticidade e da ausência que, niveladas no plano da existência vivida em intenso suspense, renovam-lhe o mundo da experiência formal.