Perfil epidemiológico de mulheres vítimas de violência em Barreiras - Bahia (2011-2021)/ Epidemiological profile of women victims of violence in Barreiras – Bahia (2011 – 2021)/ Perfil epidemiológico de las mujeres víctimas de violencia en Barreiras – Bahia (2011 – 2021)
Palabras clave:
Violência contra a Mulher, Violência Doméstica, Violência de Gênero, Saúde da MulherResumen
Objetivo: descrever o perfil epidemiológico das mulheres vítimas de violência em município do interior baiano. Método: estudo transversal descritivo. A população de estudo correspondeu a todas as notificações de violência contra mulheres registradas no Sistema de Informação de Agravos de Notificação de Barreiras, Bahia, no período de 2011 a 2021. Foram analisadas as características da vítima, do agressor e do agravo, com cálculo das frequências absolutas e relativas e intervalo de confiança de 95%. Resultados: foram notificados 2.846 casos de violência interpessoal/autoprovocada sofrida por mulheres. A maioria das mulheres possuía entre 20 e 59 anos (80,6%), era de cor preta/parda (83,9%) tinha ensino fundamental incompleto (51,3%), sem transtornos ou deficiências (94,8%) e eram vítimas de violência por seus parceiros íntimos (73,3%). Houve redução de casos em período pandêmico (2020 e 2021). Com relação ao desfecho do atendimento, somente 35% das mulheres que realizaram a notificação compulsória em serviços de saúde do município foram encaminhadas para outros serviços da rede de enfrentamento à violência. Conclusão: a violência atinge um quantitativo expressivo de mulheres em Barreiras, o que evidencia a necessidade de fortalecimento da rede de enfrentamento e proteção às vítimas desse agravo.
Referencias
Sessão do comitê regional da OMS para as Américas, 67ª. Violência contra a mulher: estratégia e plano de ação para o reforço do sistema de saúde para abordar a violência contra a mulher. Organização Pan-Americana de Saúde; 2015.
García-Moreno C, Jansen HAFM, Ellsberg M, Heise L, Watts C. WHO multi-country study on women’s health and domestic violence against women: initial results on prevalence, health outcomes and women’s responses. Genebra: OMS; 2005.
Organização Mundial da Saúde. Violence against women prevalence estimates, 2018: global, regional and national prevalence estimates for intimate partner violence against women and global and regional prevalence estimates for non-partner sexual violence against women. Genebra: OMS; 2021.
Silva FL, Moizéis HBC, Loureto GDL, Rezende AT, Gouveia VV. Escala de Percepção de Causas do Estupro (EPCE): adaptação ao contexto brasileiro. Psico. 2021; 52(2):36079.
Pinto IV, Vasconcelos NM, Corassa RB, Naghavi M, Marinho F, Malta DC. Mortality and years of life lost to death or disability by interpersonal violence against women in Brazil: global burden of disease study, 1990 and 2019. Rev Soc Bras Med Trop. 2022; 55:e0287-2021.
Carvalho JR, Oliveira VH. Pesquisa de condições socioeconômicas e violência doméstica contra a mulher: prevalência da violência doméstica e o impacto nas novas gerações. [internet] 2017 [acesso em 2023 nov 26]. Disponível em: http://www.onumulheres.org.br/wp-content/uploads/2017/11/violencia_domestica_socioeconomica_dez16.pdf.
Sousa BS, Maciel NTVG, Oliveira MPA, Batista JFC, Musse JO, Lima GCBB. Violência contra mulher no nordeste brasileiro: tendência temporal de 2009 a 2018. Interfaces. 2022; 9(1):53-67.
Fórum Brasileiro de Segurança Pública (Brasil). Anuário Brasileiro de Segurança Pública: 2022. Edição XVI. São Paulo: FBSP; 2022.
Santana J, Santos AGQ, Simões EF, Freitas URP, Anjos MCG. Feminicídios na Bahia: dinâmica e diferenciais entre os padrões de homicídios de mulheres. [internet] 2022 [acesso em 2023 nov 26]. Disponível em: https://sei.ba.gov.br/images/publicacoes/download/textos_discussao/texto_discussao_31.pdf. Acesso em: 09 jun 2022.
Diehl A, Souza RM, Madruga CS, Laranjeira R, Wagstaff C, Pillon SC. Rape, child sexual abuse, and mental health in a Brazilian national sample. J Interpers Violence. 2022; 37(1-2):NP944-NP967.
Marinheiro ALV, Vieira EM, Souza L. Prevalência da violência contra a mulher usuária de serviço de saúde. Rev Saúde Pública. 2006; 40(4):604-10.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílios de 2010. Brasil/IBGE, Coordenação de Trabalho e Rendimento. Rio de Janeiro: IBGE; 2010.
Mascarenhas MDM, Tomaz GR, Meneses GMS, Rodrigues MTP, Pereira VOM, Corassa RB. Análise das notificações de violência por parceiro íntimo contra mulheres, Brasil, 2011-2017. Rev Bras Epidemiol. 2020; 23:e20007.
Dantas GSV, Silva PL, Silva JK, Rios MA. Caracterização dos casos de violência física contra mulheres notificados na Bahia. Arq Ciênc Saúde. 2017; 24(4):63-68.
Silva VG, Ribeiro PM. Violência contra as mulheres na prática de enfermeiras da atenção primária à saúde. Esc Anna Nery. 2020; 24(4):e20190371.
Lima KWS. Análise das condições de operação do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) nos municípios paulistas [tese]. São Paulo: Universidade de São Paulo; 2018.
Bradbury-Jones C, Isham L. The pandemic paradox: The consequences of COVID‐19 on domestic violence. J Clin Nurs. 2020; 29(13-14):2047-2049.
Mazza M, Marano G, Lai C, Janiri L, Sani G. Danger in danger: Interpersonal violence during COVID-19 quarantine. Psychiatry Res. 2020; 289:113046.
Platt VB, Guedert JM, Coelho EBS. Violence against children and adolescents: notification and alert in times of pandemic. Rev Paul Pediatr. 2021; 39:e2020267.
Sallas J, Elidio GA, Costacurta GF, Frank CHM, Rohlfs DB, Pacheco FC, et al. Decréscimo nas notificações compulsórias registradas pela Rede Nacional de Vigilância Epidemiológica Hospitalar do Brasil durante a pandemia da COVID-19: um estudo descritivo, 2017-2020. Epidemiol Serv Saúde. 2022; 31(1):e2021303.
Leite FMC, Santos DF, Ribeiro LA, Tavares FL, Correa ES, Ribeiro LEP, et al. Análise dos casos de violência interpessoal contra mulheres. Acta Paul Enferm. 2023; 36:eAPE00181.
Almeida MB, Sotero BP. Violência contra a mulher: uma análise das notificações compulsórias realizadas no estado do Rio Grande do Sul, Brasil, entre 2009-2017. Bol Saúde. 2017; 26(1):51-64.
Brasil. Ministério da Saúde. Guia de Vigilância em Saúde. 5. ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2021. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_vigilancia_saude_5ed.pdf. Acesso em: 25 mar 2023.
Krug EG, Dahlberg LL, Mercy JA, Zwi AB, Lozano R, eds. World report on violence and health. Genebra: World Health Organization; 2002.
Avanci JQ, Pinto LW, Assis SG. Atendimento dos casos de violência em serviços de urgência e emergência brasileiros com foco nas relações intrafamiliares e nos ciclos de vida. Ciênc Saúde Coletiva. 2017; 22(9):2825-40.
Gadoni-Costa LM, Zucatti APN, Dell’Aglio DD. Violência contra a mulher: levantamento dos casos atendidos no setor de psicologia de uma delegacia para a mulher. Estud Psicol (Campinas). 2011; 28(2):219-27.
Alves KA, Miotto ABM, Gonçalves FA, Guimarães MPO, Silva WNT, Oliveira SV. Violência contra a população negra na região sudeste do Brasil: uma análise epidemiológica. J Health NPEPS. 2021; 6(2):235-251.
Díaz-Pérez G. La pandemia de COVID-19 y sus violencias en América Latina. J Health NPEPS. 2020; 5(2):1-7.
Oliveira CAB, Alencar LN, Cardena RR, Moreira KFA, Pereira PPS, Fernandes DER. Perfil da vítima e características da violência contra a mulher no estado de Rondônia-Brasil. Rev Cuid. 2019; 10(1):e573.
Batista LE, Werneck J, Lopes F. Saúde da população negra. Brasília: Associação Brasileira de Pesquisadores Negros; 2012.
Santos LF, Menezes MT, Silva MRS, Ribeiro SHP, Barbosa LDS. Perfil sociodemográfico da violência doméstica e sexual sofrida pelas mulheres no Nordeste Brasileiro, de 2014 a 2018. Braz J Develop 2021; 7(7):70910-70921.
Martins FFS, Romagnoli RC. A violência contra as crianças e adolescentes admitidos no Hospital João XXIII: uma análise quantitativa. Gerais Rev Interinst Psicol. 2017; 10(2):148-161.
Souza IT, Passos TS, Almeida LM, Almeida-Santos MA. Epidemiological profile of interpersonal violence in Brazil between 2015 and 2019. Res soc dev. 2021; 10(16):e29101623204.
Passos RL, Telles FSP, Oliveira MHB. Da violência sexual e outras ofensas contra a mulher com deficiência. Saúde Debate. 2019; 43(spe4):154-64.
Leite MTS, Figueiredo MFS, Dias OV, Vieira MA, Souza LPS, Mendes DC. Ocorrência de violência contra a mulher nos diferentes ciclos de vida. Rev Latino-Am Enfermagem. 2014; 22(1):85-92.
Brasil. Ministério da Saúde. Viva Inquérito 2017: Vigilância de Violências e Acidentes em Serviços Sentinelas de Urgência e Emergência – Capitais e Municípios. Brasília: Ministério da Saúde; 2019.
Moreira SNT, Galvão LLLF, Melo COM, Azevedo GD. Violência física contra a mulher na perspectiva de profissionais de saúde. Rev Saúde Pública. 2008; 42(6):1053-9.
Mazzetto ORB. O sofrimento conta? Análise da qualidade dos dados de violência de gênero do Distrito Federal [dissertação]. Brasília: Universidade de Brasília; 2021.
Trentin D, Vargas MAO, Leal SMC, Vargas CP, Ferreira ML, Neves FB. Women in situations of sexual violence: potentialities and weaknesses of the intersectoral network. Rev Bras Enferm. 2020; 73(4):e20190856.
Ávila TAP. Articulação do Trabalho em Rede para a Proteção à Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar. In: Conselho Nacional do Ministério Público (BR). Violência contra a mulher: um olhar do Ministério Público brasileiro. Brasília: CNMP; 2018.
Descargas
Publicado
Número
Sección
Licencia
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.
Authors who publish in this journal agree to the following terms:
a) Authors retain the copyright and grant the journal the right of first publication, with the work simultaneously licensed under the Creative Commons Attribution License which allows the sharing of work with acknowledgment of authorship and initial publication in this journal.
b) Authors are authorized to take additional contracts separately, for non-exclusive distribution of the version of the work published in this journal (eg publish in institutional repository or as a book chapter), with acknowledgment of authorship and initial publication in this journal.
c) Authors are allowed and encouraged to publish and distribute their work online (eg in institutional repositories or on their personal page) at any point before or during the editorial process, as this can generate productive changes as well as increase the impact and The citation of the published work.
Los autores que publican en esta revista están de acuerdo con los siguientes términos:
a) Los autores conservan los derechos de autor y conceden el muñón derecho de la primera publicación de la obra al mismo tiempo licenciado bajo la licencia Creative Commons Atribución que permite compartir el trabajo con el reconocimiento de su publicación inicial en esta revista.
b) Los autores son capaces de asumir contratos adicionales por separado, la distribución no exclusiva de la versión del artículo publicado en esta revista (por ejemplo: Publicar en el repositorio institucional o como un libro), con un reconocimiento de su publicación inicial en esta revista.
c) Los autores están permitidos y alentados a publicar su trabajo en línea (por ejemplo: En repositorios institucionales o en su página web) en cualquier momento antes o durante el proceso de redacción, ya que puede dar lugar a intercambios productivos, así como aumentar el impacto y la citación de los trabajos publicados.