MEMÓRIA E ESTRANHAMENTO NO CONTO DE GUIMARÃES ROSA, “A TERCEIRA MARGEM DO RIO”
DOI:
https://doi.org/10.30681/moinhos.v0i2.2364Resumo
Este artigo tem como objetivo trabalhar os conceitos de memória, estranhamento e o lugar do leitor no texto. Propomos discutir a terceira margem no conto de Guimarães Rosa, e a configuração do estranhamento pautada pela ruptura entre o plano físico do rio, e o plano simbólico de uma margem alternativa, a terceira, criada pela memória do filho. As margens fracionam o tempo na mesma medida em que permitem a ruptura entre passado e presente. A narrativa sistematiza a memória e revela um paradoxo de formas convencionais, de valores, levando o leitor a reorganizar suas expectativas tanto em relação ao saber quanto aos sentidos até então fixados. Para Jauss (apud Zilberman, 2009), o leitor ao se tornar emancipado tem seus conceitos de significados do valor estético ampliado, o que possibilitará o princípio da “pergunta e resposta” possibilitando a interpretação de novos horizontes. Partindo dessa concepção, a estilização da memória individual amplia-se como cultural e coletiva, no conto ora apresentado, por meio da personagem narrador, o filho, que retoma desde sua infância até sua velhice, a ausência do pai no seio familiar. É pela linha da hereditariedade, pai e filho, que o evento narrado elege a experiência como singular e individualizadora na cultura, matizadas no conto como isolamento em uma canoa, ao ermo. Este estudo localiza a base teórica sobre a memória e a recepção do leitor. Destacamos aqui Bergson em Matéria e Memória (2009) e Bachelard em Dialética da Duração (1988).
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