REFLEXÕES ACERCA DA LITERATURA INDÍGENA POR MEIO DA LEITURA DO CONTO “SABEDORIA DAS ÀGUAS” DE DANIEL MUNDURUKU
DOI:
https://doi.org/10.30681/moinhos.v0i1.2421Resumo
Por meio de uma reflexão histórica e estética da literatura Ocidental, este trabalho monográfico busca apresentar o lugar da literatura indígena brasileira. Utilizou-se a Poética de Aristóteles para situar-se classicamente e da teoria bakhtiniana para pensar em termos de gêneros literários; por meio de Hutcheon (1991) e Candido (1987), discerniu-se alguns paradigmas da pós-modernidade, como por exemplo, a projeção do herói problemático. O artigo de Fabio Lucas (1983), “O conto no Brasil Moderno”, teorizou sobre a forma narrativa que tomamos por objeto. Guardou-se um capítulo para iluminar a especificidade das narrativas indígenas, ainda de forte peso mítico, destacando o índio como o contador de sua própria história, de seus anseios e posicionamentos sobre sua identidade e cultura. Por fim, adentrou-se analiticamente no objeto selecionado, “Sabedoria das Águas” de Daniel Munduruku (2004). A postura do contra, própria da pós-modernidade encontra, na literatura indígena, um forte apego às tradições. Há um processo dialético que se fecha numa síntese que, ora dialoga com a literatura pós-moderna, ora se contrapõe a ela. Portanto, a literatura indígena brasileira, guardadas suas particularidades, vive um momento similar ao que viveu a literatura clássica: formação, razão, equilíbrio, condicionando o útil ao agradável (Horácio) e o seu amadurecimento enquanto arte implica a formação de um sistema literário, como defende Antonio Candido, uma tradição literária que busca passar pela ideia do cânone.
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