DO INFERNO DE DANTE AO CÉU DE LÍSIAS: O SUICÍDIO NA LITERATURA

Autores

  • Alessandra Valério Doutoranda em Estudos Literários pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE, Cascavel, Paraná, Brasil. Pesquisa financiada pela Capes/CNPQ.
  • Regina Coeli Machado e Silva Pós-doutora em Antropologia pela Universidade Nacional de Brasília – Unb. Professora associada na Universidade Estadual do Oeste do Paraná – Unioeste.

DOI:

https://doi.org/10.30681/moinhos.v0i3.2428

Resumo

Os suicidas vão para o céu? É por meio dessa pergunta que Ricardo Lísias aborda um tema interdito na sociedade contemporânea: o suicídio. O romance O céu dos suicidas (2012) denuncia o persistente invólucro de preconceito que circunda o sofrimento dos que buscam dar fim à própria vida. Como um grito surdo, o suicida perambula pela invisibilidade, na contramão de uma sociedade hedonista que busca de todas as formas o prolongamento da vida, o retardo da velhice por meio da biotecnologia. Nesse cenário, a morte e seus derivados foram varridos para debaixo do tapete, constituem um submundo latente que quando emergem causam constrangimento, desconforto pela sua face irascível. Considerando a literatura uma forma de conhecimento do mundo, sensível aos desdobramentos sociais, o objetivo deste artigo é tentar compreender como o romance de Lísias trata um tema tão desafiador, como responde à questão espinhosa do suicídio. Para tal, parte-se de uma genealogia dos discursos sobre a morte de si a fim de entender o seu curso na cultura ocidental, suas ramificações no presente e sua absorção na literatura de Lísias. 

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Publicado

2017-10-13

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

DO INFERNO DE DANTE AO CÉU DE LÍSIAS: O SUICÍDIO NA LITERATURA. (2017). Revista Moinhos, 3, 55-71. https://doi.org/10.30681/moinhos.v0i3.2428