ASSIMETRIA DE GÊNERO A PARTIR DE UMA NOTÍCIA NO SITE "EGO" E SEUS REFLEXOS NOS COMENTÁRIOS DE LEITORES: UMA ANÁLISE LINGUÍSTICO-IDEOLÓGICA
DOI:
https://doi.org/10.30681/moinhos.v0i4.2501Resumo
Esta pesquisa parte do pressuposto que a dominação masculina em nossa sociedade em pleno século XXI, ainda está presente de forma naturalizada e, dentre outras maneiras, é disseminada indiretamente pelas vias simbólicas da linguagem. Atualmente, essas práticas estão também imbricadas nos gêneros digitais da internet, dentre eles, a notícia digital, que é o objeto deste estudo. Entendemos que ideologias, preconceitos, estereótipos e etc, são perceptíveis pela análise da linguagem, por isso investigamos como uma notícia publicada em outubro de 2013 no site da Ego, sobre uma suposta traição e a separação de um casal famoso pode contribuir para a perpetuação de assimetria de direitos e deveres entre homens e mulheres. Primeiramente, atentamos para os recursos da linguagem utilizada, especificadamente no título e subtítulo da notícia escolhida, as quais sugerimos que levaram os leitores a terem uma interpretação tendenciosa sobre o comportamento da mulher envolvida na traição e do homem. Em seguida, mediante a análise das marcas linguísticas, constatamos a interpretação machista nos comentários dos leitores.Selecionamos dez posts, sendo os últimos cinco postados por mulheres e os últimos cinco publicados por homens, a fim de observar as semelhanças e as diferenças de opiniões entre os dois sexos. Utilizamos como base teórica a Análise Crítica do Discurso (ACD), a Gramática Sistêmico-Funcional (GSF) e os pressupostos sobre a relação de gênero (especificamente, neste estudo, sobre homem e mulher) para desvendar a organização linguística e ideológica nesses discursos. Os resultados sugerem que os modais condicionais seria eteriana notícia foram interpretados como ações concretas pelos leitores; o velho discurso androcêntrico do homem dominador e da mulher dominada foi verificado nos posts dos leitores homens; as mulheres condenaram a mulher solteira e isentaram o homem da culpa pela suposta traição. Sugerimos que práticas como essas reforçam sutilmente a perpetuação assimétrica de poder entre homens e mulheres na sociedade contemporânea.
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