CAMPANHAS DE COMBATE À VIOLÊNCIA FEMININA: OS EFEITOS DE SENTIDO DO (NÃO) DENUNCIAR

Autores

  • Gabriella Duarte dos Reis UNEMAT
  • Fernanda Surubi Fernandes UEG
  • Olímpia Maluf-Souza UNEMAT

DOI:

https://doi.org/10.30681/real.v9i2.1756

Resumo

A violência praticada contra a mulher é, na maioria das vezes, desferida pelo homem que a considera o sexo frágil, um objeto de seus cuidados e de seus desejos, algo que limitou o comportamento feminino por um longo período, mas que, no decorrer do tempo, vêm se transformando, com as conquistas femininas. Esse tipo de violência inscreve a figura masculina enquanto dominadora e disciplinadora, uma vez que a mulher é o principal alvo da “violência de gênero”, termo utilizado como sinônimo de violência contra a mulher. Desta forma, tentando diminuir essas práticas de agressão, tanto de ordem física quanto verbal, foram criadas campanhas públicas de combate à violência feminina. Essas políticas são de grande importância, pois incentivam à denúncia, contribuindo para a redução do índice de agressão e de violência contra a mulher. Com base nessa realidade, o propósito do presente estudo é o de compreender em que medida os sentidos postos em funcionamento, materializados nas políticas públicas de enfrentamento à violência feminina, veiculados pelo discurso da mídia que circula através de cartazes, propagandas e comerciais televisivos, produzem efeitos de conscientização sobre o sujeito-leitor. Nossa pesquisa constitui-se a luz do viés teórico da Análise de Discurso materialista de linha francesa, que tem como preconizador Michel Pêcheux, na França, sendo difundida e representada por Eni Orlandi, no Brasil. É, pois, nessa direção que tomamos como recorte dois cartazes de combate à violência feminina, e a partir da análise desse material, pretendemos compreender como as materialidades significantes, verbais e não verbais, instituem sujeitos e sentidos através de uma memória que produz sobre a mulher o silêncio e o medo como medida. Desse modo, nossa pesquisa traz contribuições sobre a eficácia/ineficácia dessas campanhas, bem como aos modos de interpelação ideológica que levam mulheres a se silenciarem e se amedrontarem diante do agressor.

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Publicado

31.12.2016

Edição

Seção

Artigos - Linguística

Como Citar

CAMPANHAS DE COMBATE À VIOLÊNCIA FEMININA: OS EFEITOS DE SENTIDO DO (NÃO) DENUNCIAR. (2016). Revista De Estudos Acadêmicos De Letras, 9(2), 27-42. https://doi.org/10.30681/real.v9i2.1756