PASSADO E PRESENTE NO DEBATE SOBRE AÇÃO AFIRMATIVA: O DITO E O NÃO-DITO SOBRE COTAS PARA NEGROS EM UNIVERSIDADES BRASILEIRAS
DOI:
https://doi.org/10.30681/relva.v2i2.883Resumo
pretende-se neste artigo desenvolver uma reflexão, sob a forma de hipótese de trabalho, sobre as políticas de ação afirmativa na modalidade de cotas para negros. O argumento apresentado ressalta que a sociedade brasileira convive há décadas com políticas desta natureza, o que em princípio tornaria anacrônico o debate experimentado ao longo de uma década (2002-2012). De modo a subsidiar nossa hipótese de trabalho, sugerimos que a dicotomia entre favoráveis e contrárias empobrece o debate e dificulta a compreensão das teses presentes de lado a lado neste debate que chegou ao Supremo Tribunal Federal. Assim, propomos revisitar o tema das relações raciais na tradição do pensamento social brasileiro em busca de elementos que, ao aprofundar a reflexão, auxilie-nos a compreender uma espécie de paradoxo que se instalou no debate social, político e acadêmico sobre este tema, ou seja, como os mesmos instrumentos podem ter sido adotados para distintos grupos sociais e recusado para negros por parcela da sociedade que admitia tais políticas.
PALAVRAS-CHAVE: cotas para negros, universidade brasileira, pensamento social.