EDUCAÇÃO E DIVERSIDADE: A DISCUSSÃO DE GÊNERO EM DEBATE

Autores

  • Elizabeth Ângela dos SANTOS

DOI:

https://doi.org/10.30681/relva.v2i2.886

Resumo

Este artigo pretende suscitar discussões e reflexões relativas às questões de gênero e sexualidade, que foram retiradas dos planos municipais de Educação Básica. Essas questões serão pensadas como construções históricas, sociais e culturais. Objetivamos também fazer uma reflexão sobre a circulação da “Cartilha sobre Ideologia de Gênero” que suscitou debates e propagação de ideias equivocadas sobre os estudos de gênero. Nossos argumentos estão fundamentados em posicionamentos que concebem o conceito de gênero e de sexualidade como uma construção sócio-histórica das distinções/diferenciações ancoradas no sexo. Assim, podemos salientar que a masculinidade e a feminilidade, ao contrário do que alguns discursos promulgam, não são constituídas prioritariamente pelas características biológicas, mas são as representações do que se diz e se pensa sobre estas características. O entendimento sobre gênero nessa perspectiva não pretende negar o viés biológico que explicita as diferenças anatômicas entre as pessoas, mas, considera que essas diferenciações não podem ser usadas para privilegiar o sexo masculino/heteronormativo, pois, considera que essas concepções que se apropriam das designações tradicionais de gênero feminino como sendo frágeis e submissas, nada mais são do que construções culturais que, historicamente, produzem uma opressão sexista que pretende reafirmar os discursos biológicos e culturais da desigualdade, que por sua vez pretende instituir regular e normatizar desejos, corpos, significados e práticas, universalmente da mesma forma. Portanto, devemos dar especial atenção para as instituições escolares que em seu cotidiano é perpassada por diferentes discursos e práticas sociais e pedagógicas, tornando-se um local que pode ser de desconstrução ou afirmação do que é tido como “natural”, constituindo e fixando as diferenças sexuais e de gênero. Assim, afirmamos a necessidade de reflexões e estudos sobre gênero e sexualidade na educação, pois a escolarização se inscreve nos corpos dos sujeitos, e estes por sua vez, são significados e ressignificados pela cultura que institui um sentido social aos corpos, e neste cenário a escola se revela como importante mecanismo dessas produções. Entretanto, cabe a nós professoras e professores o desafio de repensar e possibilitar novas teorias que possam favorecer a compreensão de que todas/os somos sujeitos e devemos ser respeitados de forma igualitária.

 

Palavras-chave: Gênero. Sexualidade. Educação.

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Publicado

2015-12-19

Edição

Seção

ARTIGOS

Como Citar

EDUCAÇÃO E DIVERSIDADE: A DISCUSSÃO DE GÊNERO EM DEBATE. (2015). Revista De Educação Do Vale Do Arinos - RELVA, 2(2). https://doi.org/10.30681/relva.v2i2.886