Percepção dos internos de medicina sobre as contribuições de um projeto comunitário à prática da empatia na relação médico-paciente

Autores

  • Raimundo Marcial de Brito Neto Universidade Severino Sombra (USS)
  • Maria Cristina Almeida de Souza Universidade Severino Sombra (USS)
  • João Carlos de Souza Côrtes Júnior USS. UNIRIO
  • Paula Pitta de Resende Côrtes USS. UNIRIO
  • Sandra Maria Barroso Werneck Vilagra USS
  • Marcos Antônio Mendonça USS

Resumo

Introdução: empatia representa a capacidade psicológica de um indivíduo em sentir o que sentiria a outra pessoa, caso estivesse na mesma situação vivenciada. Objetivo: descrever esta percepção dos estudantes do internato médico, sobre as contribuições de um projeto na comunidade - realizado quando estavam nos períodos inicias do curso - à prática da empatia na relação médico-paciente durante o internato médico. Metodologia: pesquisa quantitativa e seccional. Resultados: Responderam ao questionário 128 internos, de um universo de 190. Participar de um projeto comunitário nos períodos iniciais do curso contribuiu para que na prática médica, 89,1% dos internos vissem as coisas sob o ponto de vista dos outros, 85,6% tentassem atender aos distintos pontos de vista em momentos de desacordo e 88,9% tentassem compreender imaginando suas perspectivas. Acreditar que há dois lados em uma situação, se colocar no lugar do outro em momento de aborrecimento e também previamente à elaboração de críticas foram contribuições citadas por 95,3%, 88,3 e 79,2% dos estudantes, respectivamente. Para 92% dos participantes, as atividades realizadas por meio do projeto comunitário contribuíram para prática da empatia durante internato. Sobre a operacionalização da empatia no cotidiano da práxis médica no internato, 90% dos estudantes declararam que a praticam rotineiramente. Responderam que a empatia é importante para uma relação médico-paciente humanizada, 95% dos participantes. Conclusão: a participação em um projeto comunitário, quando nos períodos iniciais do curso, contribuiu para a prática rotineira da empatia na relação médico-paciente durante o internato.

 

Palavras chave: Empatia médica; Educação médica; Medicina.

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Biografia do Autor

Raimundo Marcial de Brito Neto, Universidade Severino Sombra (USS)

   Discente do Curso de Medicina da USS. Bolsista de Iniciação Científica PIBIC-USS.

Maria Cristina Almeida de Souza, Universidade Severino Sombra (USS)

Doutora. Mestre. Docente do Curso de Medicina da USS. Docente do Mestrado em Ciências Aplicadas em Saúde da USS

João Carlos de Souza Côrtes Júnior, USS. UNIRIO

Doutor. Docente do Curso de Medicina da USS e da UNIRIO. Pró-Reitor de Ciências da Saúde da USS.

Paula Pitta de Resende Côrtes, USS. UNIRIO

   Mestre.  Docente do Curso de Medicina da USS e da UNIRIO.

Sandra Maria Barroso Werneck Vilagra, USS

Mestre.  Docente do Curso de Medicina da USS.

Marcos Antônio Mendonça, USS

Mestre.  Docente do Curso de Medicina da USS.

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Publicado

2018-08-28

Como Citar

Brito Neto, R. M. de, de Souza, M. C. A., Côrtes Júnior, J. C. de S., Côrtes, P. P. de R., Vilagra, S. M. B. W., & Mendonça, M. A. (2018). Percepção dos internos de medicina sobre as contribuições de um projeto comunitário à prática da empatia na relação médico-paciente. Revista Ciência E Estudos Acadêmicos De Medicina, 1(9). Recuperado de https://periodicos.unemat.br/index.php/revistamedicina/article/view/2809

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