PERCEPÇÃO DAS COMUNIDADES COSTEIRAS NA FOZ DO RIO AMAZONAS SOBRE OS EFEITOS DA INCLUSÃO SALINA
DOI:
https://doi.org/10.30681/rbegdr.v6i2.14345Palavras-chave:
Bailique , Mudanças-Climáticas, Salinização da água, Zona-costeiraResumo
O presente artigo faz uma análise de dados socioambientais por meio de um questionário composto de 101 perguntas conduzidas pelo projeto “Sistema de Observação da Foz do Amazonas: integrando Sensoriamento Remoto e Ciência Cidadã – SOAM”, realizada em comunidades na foz do rio Amazonas. O projeto tem como objetivo criar um observatório para analisar a vulnerabilidade costeira na foz do rio Amazonas, por meio da construção do conhecimento técnico-científico de modo coletivo, participativo e transparente, contribuindo para a validação de dados de sensores remotos, atualização cartográfica e no suporte a tomada de decisão e à formulação de políticas públicas efetivas para a costa amazônica relacionada com as mudanças climáticas. O objetivo deste trabalho é analisar os resultados dos estudos realizados pelo Projeto SOAM, a partir do olhar das populações de Bailique sobre os impactos socioambientais nas comunidades causadas pelo processo de salinização da água devido ao aumento do nível do mar, no contexto de mudanças climáticas na região de Bailique. Nesse prisma, justifica-se a presente pesquisa identificou que os dados apresentados no questionário demonstram que a questão socioambiental em Bailique é crítico, uma vez os relatos apresentados pelos moradores, indicam que há uma mudança nos aspectos socioambientais, como alteração alimentar, doenças, perdas de moradias, bem como alterações nos recursos naturais como desaparecimento e alterações de alguns recursos alimentares. Ao destacar a realidade dessa comunidade, o trabalho proporciona um debate sobre a adaptação às mudanças climáticas, bem como uma reflexão sobre os fenômenos naturais que afetam a vida dos moradores de Bailique, e como elas percebem, interpretam e reagem às mudanças no ambiente. A pesquisa identificou a urgência dos desafios ambientais que essas comunidades enfrentam, como também fornece subsídios robustos e específicos para futuras iniciativas de mitigação e adaptação, proporcionando visibilidade científica a uma realidade frequentemente nos debates sobre o aumento de impactos da salinização da água no arquipélago de Bailique. Palavras-chave: Bailique; Mudanças-Climáticas; Salinização
Downloads
Referências
BARBOSA, Paulino. As ilhas que bailam: uma viagem pela memória dos Guardiões do tempo de Bailique. 1ª Ed. - Macapá - AP, 2015. 98 p.
BRASIL. Ministério das Cidades. Marco Legal do Saneamento. Saneamento Ambiental. 2025. Disponível em www.gov.br/cidades/pt-br/assuntos/saneamento/marco-legal-do-saneamento. Acesso em 06 ago. 2025.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Vigilância e controle da qualidade da água para consumo humano. Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2006. 212 p.
CRESWELL, Jonh. Ward. Projeto de pesquisa: métodos qualitativo, quantitativo e misto. 3 ed. Porto Alegre: Artmed, 296 p. 2014.
DOLAN, Holly; WALKER, Ian James. Understanding vulnerability of coastal communities to climate change related risks. Journal of Coastal Research, SI 39 (Proceedings of the 8th International Coastal Symposium), University of Victoria Victoria, British Columbia, Brazil, 2004.
DOS SANTOS, Valdenira Ferreira, SOUZA, Fernanda. AMAPÁ: a coastal state - reflections on vulnerabilities, risks and adaptations to climate change. In: Encontros e percepções geográficas: diálogos e provocações - geographical encounters and perceptions: dialogues and provocations. Jadson Porto (Org). Maringá, PR. UNIEDOSUL, 2022. p. 110-132.
GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2008. p 200.
GOVERNO DO ESTADO DO AMAPÁ. Relatório de qualidade do meio ambiente – RQMA: Amapá 2024. Secretaria de Estado do Meio Ambiente. Diretoria de Controle Ambiental (DCA/SEMA); Diretoria de Desenvolvimento Ambiental (DDA/SEMA). Macapá: SEMA, 2025. 165 p.
GONÇALVES, Wanny Lobato; RODRIGUES; Regiane Guedes; FURLAN; Donizete Vaz. Uma regionalizada análise constitucionalista histórico-sociológica do direito à educação básica no distrito do Bailique em Macapá-AP: a educação que o Brasil não conhece e não precisa. Revista Gestão e Secretariado (GeSec). São Paulo, SP, v. 14, n. 10, 2023, p. 16965-16982. Disponível em: http://doi.org/10.7769/gesec.v14i10.2907. Acesso em 06 ago. 2025.
GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2008. p 200.
GUEDES, Jimaine Nascimento; BRITO, Daímio Chaves; MALCHER, Jorge Angelo Simões; CUNHA, Alan Cavalcanti da; SILVA, Gabriel Araujo da. Influência sazonal na qualidade da água e salinização na foz do rio Amazonas/AP. Revista Planeta Amazônia Internacional de Direito Ambiental e Políticas Públicas. Macapá, n. 16, 2024, p. 41-58. Disponível em: https://periodicos.unifap.br/planetaamazonia/article/view/387. Acesso em 06 ago. 2025.
IEPA. Macrodiagnóstico do Estado do Amapá: primeira aproximação do ZEE/. Equipe Técnica do ZEE - AP. 3. ed. Rev. Ampl. Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá – IEPA. Macapá. 2008. 141 p. Disponível em: http://www.iepa.ap.gov.br/arquivopdf/macrodiagnostico.pdf. Acesso em 06 ago. 2025.
MARENGO, José Antônio; NOBRE, Carlos Afonso; BETTS, Richard Arthur; COX, Peter Michael; Gilvan Sampaio; SALAZAR. Luis. Aquecimento Global e Mudança Climática na Amazônia: Retroalimentação Clima-Vegetação e Impactos nos Recursos Hídricos. Revista Amazonia and Global Change Geophysical Monograph Series 186. Cachoeira Paulista, Brasil. 2009. p. 273-292.
MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE (MMA). Panorama da conservação dos ecossistemas costeiros e marinhos no Brasil. Secretaria de Biodiversidade e Florestas/Gerência de Biodiversidade Aquática e Recursos Pesqueiros. Brasília: MMA/SBF/GBA, 2010. 148 p.
MORAES, João Diogo Sousa de; VELOSO, Caio; PAIVA, Francisco da Silva; SANTOS, Francisca Inalda Oliveira; COELHO, Everaldo Oliveira. Efeitos das mudanças climáticas na agricultura: uma abordagem bibliográfica. Revista Acadêmica Online, Brazil, v.11, n.56, 2025, p. 01-20. Disponível em: https://doi.org/10.36238/2359-5787.2025.v11n56.1397. Acesso em 06 ago. 2025.
PAINEL BRASILEIRO DE MUDANÇAS CLIMÁTICAS - PBMC. Impacto, vulnerabilidade e adaptação das cidades costeiras brasileiras às mudanças climáticas: Relatório Especial do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas. Marengo, J.A., Scarano, F.R. (Eds.). PBMC, COPPE - UFRJ. Rio de Janeiro, Brasil. 2016. 184 p.
PEREIRA, Cajueiro Carneiro Lúcia; DIAS, Alveirinho J.; DO CARMO, Antunes J.; POLETTE, Marcus. 2009. A zona costeira amazônica brasileira. Revista de Gestão Costeira Integrada - Journal of Integrated Coastal Zone Management 9, p. 3-7. Disponível em: https://www.aprh.pt/rgci/rgci172.html. Acesso em 06 ago. 2025.
ROCHA, Juliana Dalboni, Adaptação das cidades costeiras brasileiras receptoras de impactos do aquecimento global. In: Fronteiras do Brasil: o litoral em sua dimensão fronteiriça. Bolívar Pêgo (Coord.). Líria Nagamine Caroline Krüger Rosa Moura. 2023. p. 322-345.
PRESTES, Luiza. SALOMÃO, Clara. Brito. FORTUNATO, Wane Cristina Picanço. OLIVEIRA, Netiê Izabel. Atividade pesqueira na foz do Amazonas, arquipélago do Bailique-Amapá, Brasil. Revista HOLOS. Ano 37, v. 1, 2021. e10120. Disponível em: https://doi.org/10.15628/holos.2021.10120. Acesso em 06 ago. 2025.
RUDORFF, F e BONETTI. J. Avaliação da suscetibilidade à erosão costeira de praias da ilha de Santa Catarina com base em geoindicadores e técnicas de análise espacial de dados. Brazilian Journal of Aquatic Science and Technology, 2010, p. 9-20. Disponível em: https://doi.org/10.14210/bjast.v14n1.p9-20. Acesso em 06 ago. 2025.
SAMPAIO, Rafaele da Silva; ROBRINI, Maamar El. Mudança de níveis de água (1995-2021) no Estuário Superior do rio Amazonas (Baixo Amazonas - Pará): possíveis fatores que afetam. Revista Brasileira de Geografia Física. v. 17, n. 2 (2024) p. 882-894. Disponível em: https://doi.org/10.26848/rbgf.v17.2.p882-894. Acesso em 06 ago. 2025.
SCHMIDT. Volker Hermann. Avanço e consequências da modernidade global.
Revista Sociedade e Estado, v. 33, n. 2, 2018. p. 407-422.
SILVA JUNIOR, Orleno Marques da; SZLAFSZTEIN, Claudio Fabian; BAIA, Maxwell Moreira. Ensino de Geografia e Redução de Riscos. Gestão de riscos de desastres no arquipélago do Bailique, foz do rio Amazonas, Amapá, Brasil. In: Ensino de geografia e a redução do risco de desastres em espaços urbanos e rurais [recurso eletrônico] organizado por Lourenço Magnoni Junior, Maria da Graça Mello Magnoni, Mayleen Cabral, Mardilson Machado Torres, Cláudio Eduardo de Castro, Luciana de Resende Londe, Roberto SerranoNotivoli, Wellington dos Santos Figueiredo, Humberto Alves Barbosa e José Ignacio Prieto. 1. ed. São Paulo: CPS, 2022. p. 674-696
SUPERINTENDÊNCIA DO DESENVOLVIMENTO DA AMAZÔNIA. Plano Integrado para o Desenvolvimento Sustentável dos Arquipélagos do Marajó/PA e Bailique/AP: v.2- Bailique. Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia Belém: SUDAM, 2024. 76 p.
TORRES, Admilson Moreira; COSTA, Wagner José Pinheiro; MARTINS, Marcos Henrique de Abreu. Anais 17º Simpósio de Geologia da Amazônia geotecnologias e sustentabilidade: a geologia na Amazônia atual. Santarém-PA, 2023. p. 182-187.
ZEIDEMANN, Vivian; ALMEIDA, Oriana Trindade de; RIVERO, Sérgio Luiz de Medeiros; THOMAS, Shaji. Mudanças Climáticas no Estuário Amazônico. NAEA/UFPA. Belém, 2015. 22 p.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Revista Brasileira de Estudos de Gestão e Desenvolvimento Regional

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Esta revista oferece acesso livre imediato ao seu conteúdo, seguindo o princípio de que disponibilizar de forma gratuita, a produção da comunidade científica ao público, proporciona maior democratização do conhecimento. A política é Acesso Aberto.
Adotamos a licença CC Attribution-NonCommercial 4.0, a qual permite o compartilhamento, uso, citação, adaptação, desde que citada fonte e não alterada a licença inicial. O uso da publicação para fins comerciais não é permitido. Dessa maneira não são cobradas nenhum tipo de taxa na revista.