ART IDEOLOGIA E POLÍTICA DO BRANQUEAMENTO: AÇÕES E LEGISLAÇÕES INTENCIONALMENTE RACISTAS NA GÊNESE DO ESTADO BRASILEIRO
Palavras-chave:
Ideologia do Branqueamento. Política do Branqueamento. Racismo Estrutural.Resumo
O presente artigo tem por objetivo evidenciar como a Ideologia e a Política de Branqueamento constituíram ferramentas formidáveis na gênese do Estado Brasileiro, promovendo ações e legislações intencionalmente racistas que corroboraram para o
real e intenso racismo estrutural vigente. É por meio de uma pesquisa bibliográfica que apresento estudos, ações e legislações que evidenciam o quanto intencional e premeditado as práticas racistas foram disseminadas na gênese do Estado brasileiro.
Considerando a Eugenia e a alucinógena Democracia Racial é possível considerar que o Estado brasileiro não foi apenas um mero reprodutor da eugenia e práticas racistas europeias, mas sim deu forma e conteúdo à um real e genuíno racismo estrutural.
Downloads
Referências
ALMEIDA, Silvio Luiz de. O que é racismo estrutural? Belo Horizonte, MG: Letram ento, 2018.
ANDREWS, George Reid. Negros e brancos em São Paulo. São Paulo: EDUSC, 1998.
BATISTA, Michelangelo Henrique. Negro, ser arquiteto: a construção identitária e ntre africanidade e negritudes. 1 ed., Curitiba: Appris, 2016.
DA MATTA, Roberto. Digressão: a fábula das três raças, ou o problema do racismo à brasileira. In: DA MATTA, Roberto.
Relativizando: uma introdução à antropologia social. Rio de Janeiro: Ed. Rocco, 1987.pp. 58-85.
DOMINGUES, Petrônio. Movimento negro brasileiro: alguns apontamentos históricos. Tempo [online]. 2007, v. 12, n. 23, p.100-122. ISSN 1413-704. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/tem/v12n23/v12n23a07.pdf. Acesso em: 23 out. 2019.
DOMINGUES, Petrônio. Uma história não contada: negro, racismo e branqueamento em São Paulo no pós-abolição. São Paulo: Editora Senac, 2004.
FERNANDES, Florestan. O negro no mundo dos brancos. São Paulo: Global, 2007.
FIUZA, Marcus Henrique. A propaganda da eugenia no Brasil: Renato Kehl e a implantação do racismo científico no Brasil a partir da obra “Lições de Eugenia ”. Revista Aedos Porto Alegre, v. 8, n. 19, p. 85-107, Dez. 2016.
FREYRE, Gilberto. Casa grande & senzala: formação da família sob o regime da economia patriarcal. São Paulo: Global, 2003.
GUERREIRO RAMOS, Alberto. Patologia social do branco brasileiro: o negro dentro da política de relações de raça no Brasil. In. GUERREIRO RAMOS, Alberto (Org.). Introdução crítica à sociologia brasileira. Rio de Janeiro: Andes, 1957, pp. 171-192.
HASENBALG, Carlos Alfredo. Discriminação e desigualdades raciais no Brasil. São Paulo: Ed. Humanitas, 2005.
JACCOUD, Luciana e BEGHIN, Nathalie (2002). Desigualdades raciais no Brasil: um balanço da intervenção governamental. Brasília: IPEA.
MAIA, Kenia Soares. ZAMORA, Maria Helena Navas. O Brasil e a Lógica Racial: Do branqueamento à produção de subjetividade do racismo. ISSN 0103-5665 =265, Psic. Clin., Rio de Janeiro, v. 30, n.2, p. 265 – 286, 2018. Disponível em: pepsic.bvsalud.org/pdf/pc/v30n2/05.pdf. Acesso em: 20 Jun. 2023.
MIRANDA, Jorge Hilton de Assis. Branquitude invisível – pessoas brancas e a não percepção do privilégios: verdade ou hipocrisia?. In. MÜLLER, Tânia Mara Pedroso.
CARDOSO, Lourenço. (Org.). Branquitude – Estudos sobre identidade branca no Brasil. 1 ed., Curitiba: Appris, 2017.
MONSMA, Karl. Como pensar o racismo: o paradigma colonial e a abordagem da sociologia histórica. Revista de Ciências Sociais. Fortaleza, v. 48, n. 2, p.53-82, jul./dez., 2017
NOGUEIRA,Oracy. Tanto preto quanto branco: estudo de Relações Raciais. São Paulo: T.A. Queiroz, 1985.
PAIXÃO, Marcelo. A lenda da modernidade encantada: por uma crítica ao pensa mento social brasileiro sobre relações raciais e projeto de EstadoNação. Curitiba: CRV, 2014.
RIBEIRO, René. Religião e relações raciais. Rio de Janeiro: Ministério da Educação e Cultura/ Departamento de Imprensa Nacional, 1956.
SCHWARCZ, L. M. Racismo no Brasil. São Paulo: Publifolha, 2001.
SILVA, Mozart Linhares da. População-sacer e democracia racial no Brasil. Revista Sociedade e Estado. v. 32, n. 3, Set./Dez. 2017. Disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/se/v32n3/0102-6992-se-32-03-593.pdf. Acesso em: 23 set. 2019.
SIMMEL, Georg. O conflito como sociação. Tradução de Mauro Guilherme Pinheiro Koury. RBSE – Revista Brasileira de Sociologia da Emoção, Local,v. 10, n. 30, pp.568-573, 2011. Disponível em: http://www.cchla.ufpb.br/rbse/SimmelTrad.pdf Acesso
em: 20 Jun. 2023.
STEPAN, Nancy Leys. A hora da eugenia: raça, gênero e nação na América Latina. Trad. Paulo M. Garchet. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 2005.
VAINER, Carlos B. Estado e raça no Brasil. Notas exploratórias. Estudos AfroAsiáticos, Local, volume, n. 18, páginas 1990.
WEGNER, Robert; SOUZA, Vanderlei Sebastião de. Eugenia ‘negativa’, psiquiatria e catolicismo: embates em torno da esterilização eugênica no Brasil. História, Ciências, Saúde –Manguinhos, Rio de Janeiro, v. 20, n.1, p.263-288, jan.-mar. 2013.
Recebido: 14/03/2023
Aprovado: 25/03/2023
Publicado: 01/05/2023.