Políticas linguísticas de manutenção e fortalecimento da língua khĩsêtjê
DOI:
https://doi.org/10.30681/2594.9063.2022v6n2id11220Palavras-chave:
Políticas linguísticas, Línguas indígenas, Língua Khῖsêtjê, VitalidadeResumo
O objetivo deste trabalho é descrever as políticas linguísticas desenvolvidas na comunidade Khĩsêtjê, especificamente na aldeia Khikatxi, com vistas à manutenção e fortalecimento da sua língua materna Khĩsêtjê. A pesquisa foi desenvolvida por meio de trabalhos de campo, assim foi possível documentar alguns aspectos relacionados à língua e ao aprendizado dela dentro do contexto escolar e cultural. Para desenvolver este estudo embasamo-nos em alguns referenciais teóricos como, por exemplo, Maher (1996, 2012, 2013), Calvet (2010), Spolsky (2004, 2005), Cooper (1989), Shohamy (2006, 2008). Além desses autores, também utilizamos documentos oficiais do Diretório dos Índios que foi promulgado por Marquês de Pombal (1957). Esses documentos exibem o caminho percorrido pelas políticas linguísticas no Brasil, considerando a Educação Escolar Indígena. Ainda consideramos importante a Constituição de 1988 (BRASIL, 1988), a LDBEN n. 9.394/1996 (BRASIL, 1996) e BRASIL (1998), seguidas pela Resolução n. 3/99, que fixou as Diretrizes Curriculares Nacionais para as Escolas Indígenas no país. Sabemos que o campo da política e planejamento linguístico tem adotado, recentemente, uma perspectiva multidimensional sobre a noção de políticas linguísticas. Nessa perspectiva, a interferência de diferentes agentes no processo vem possibilitando a criação de implementação de políticas da língua (JOHSON, 2013). O processo de observação no período de vivência com o povo Khῖsêtjê, nos permitiu finalizar esta pesquisa destacando que a comunidade possui políticas linguísticas de manutenção e fortalecimento internas e não oficiais fortes, mesmo sem terem essa ciência do que são políticas linguísticas. Porém, se faz necessária a efetivação de estudos sobre a situação sociolinguística da comunidade para identificar quais são as fragilidades da língua. Em suma, evidenciamos que as políticas linguísticas se vinculam inteiramente ao fortalecimento das práticas culturais, com o envolvimento dos anciãos e lideranças, que contribuem para a valorização, fortalecimento e manutenção da língua Khῖsêtjê.
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Referências
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