Comunidades Quilombolas do MT: descrição do português falado

Autores

  • Antonio Carlos Santana de Souza

DOI:

https://doi.org/10.30681/2594.9063.2019v3n1id4130

Resumo

Este artigo trata da influência do contato linguístico que envolve quilombolas em diferentes áreas sócio-geográficas do Mato Grosso (MT). Para investigar a variedade do português falado nessas comunidades, nos baseamos na perspectiva teórica da dialetologia pluridimensional, conforme Thun (1998), Radtke e Thun (1996), a qual inclui nas pesquisas linguísticas diferentes dimensões espaciais e sociais em comunidades de fala distintas. Os comportamentos linguísticos dos membros das comunidades afro-brasileiras pesquisadas, no MT, convergem de modo geral para uma orientação centrífuga, que se contrapõe à noção de isolamento que tradicionalmente se associa a esse tipo de contexto, visto que a perda de marcas de africanidade e adoção de marcas da variedade do português brasileiro e regional do entorno é uma constante.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ALTENHOFEN, C. V. Os contatos linguísticos e seu papel na arealização do português falado no sul do Brasil. In: ESPIGA, Jorge; ELIZAINCÍN, Adolfo. (Org.). Español y portugués: um (velho) novo mundo de fronteiras e contatos. Pelotas, 2008, v., p. 129-164.

____________. Bases para uma política linguística das línguas minoritárias no Brasil. In: NICOLAIDES, Christine et al. (orgs.). Política e políticas linguísticas. Campinas, SP: Pontes Editores, 2013, p. 93-116.

_____________. O “território de uma língua”: ocupação do espaço pluridimensional por variedades em contato na Bacia do Prata. In: FERNÁNDEZ, Ana Lourdes da Rosa Nieves; MOZZILLO, Isabella; SCHNEIDER, Maria Nilse & CORTAZZO, Uruguay (orgs.). Línguas em contato: onde estão as fronteiras? Pelotas: Editora UFPel, 2014. p. 69-103.

BAXTER, A. N. A contribuição das comunidades Afro-Brasileiras Isoladas para o Debate sobre a Crioulização Prévia: um exemplo do Estado da Bahia. Actas do colóquio sobre “Crioulos de Base Lexical Portuguesa. ed. by Ernesto d’Andrade e Alain Kihm, 7-35. Lisboa: Colibri, 1992.

____________. Transmissão geracional irregular na história do português brasileiro – divergências nas vertentes afro-brasileiras. In: Revista Internacional de Língua Portuguesa 14. [Número especial]. Lisboa, dez. 1995. p. 72-90.

BONVINI, E. Palavras de origem africana no português do Brasil: do empréstimo à integração. In: NUNES, J. H. História do saber lexical e constituição de um léxico brasileiro. São Paulo: Humanitas / FFLCH / USP: Pontes, 2002.

CARENO, M. F. do. Vale do Ribeira: a voz e a vez das comunidades negras. São Paulo: Arte & Ciência/UNIP, 1997.

GARMADI, Juliette. Introdução à sociolinguística. Lisboa: Dom Quixote, 1983.

GUY, G. R. Linguistic Variation in Brazilian Portuguese: Aspects of Phonology, Syntax and Language History. PhD dissertation, University of Pennsylvania. Ann Arbor: University Microfilms, 1981.

___________. On the nature and origins of Popular Brazilian Portuguese. In: Estudios sobre Español de América y Linguistica Afroamericana. Bogota: Instituto Caro y Cuervo, 1989.

JEROSLOW, H. M. Creole characteristics in Rural Brazilian Portuguese. Comunicação apresentada a Conferência Internacional sobre Línguas Pidgins e Crioulas. Universidade do Havaí, 1975.

LUCCHESI, D; BAXTER, A; RIBEIRO, I. O português afro-brasileiro. Salvador: EDUFBA, 2009.

MELLO, H; Altenhofen, C. V.; Raso, Tommaso (orgs.). Os contatos linguísticos no Brasil. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2011.

PETTER, M. M. T. Africanismos no português do Brasil. História das idéias linguísticas: Construção do saber metalinguístico e constituição da língua nacional. Eni P. Orlandi (org.). Campinas: Pontes; Cáceres: Unemat Editora, 2001.

SOUZA, A. C. S. de. A concordância de gênero entre o sujeito e o predicativo na fala da comunidade quilombola da Caçandoca. Dissertação de Mestrado em Semiótica e Linguística Geral. São Paulo: Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, 2000.

_____________. A variação da concordância de gênero entre o sujeito e o predicativo na linguagem do Cafundó. Estudos Linguísticos XLVI. Seminários do GEL. Bauru: Universidade do Sagrado Coração, pp. 208-214, 1999.

____________ . Africanidade e contemporaneidade do português de comunidades afro-brasileiras no Rio Grande do Sul. (Tese de Doutorado). Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2015.

THUN, H. La geolinguística como linguística variacional general (com ejemplos del Atlas linguístico Diatópico y Diastrático del Uruguay).In: International Congress of Romance Linguistics and Philology (21.: 1995: Palermo). Atti del XXI Congresso Internazionale di Linguistica e Filologia Romanza. Org. Giovanni Ruffino. Tubingen: Niemeyer, 1998. v. 5, p. 701-729, incluindo resumo dos tópicos principais da seção 5, p. 787-789.

____________. Movilidad demográfica y dimensión topodinámica. Los montevideanos en Rivera. In: RADTKE, Edgar; THUN, Harald [orgs.]. Neue Wege der romanischen Geolinguistik: Akten des Symposiums zur empirischen Dialektologie. Kiel : Westensee-Verl., 1996. p. 210-269.

VOGT, C.; FRY, P. Cafundó – A África no Brasil. 1. ed. Campinas: Editora da Unicamp, 1996.

Publicado

2019-10-29

Como Citar

Souza, A. C. S. de. (2019). Comunidades Quilombolas do MT: descrição do português falado. Traços De Linguagem - Revista De Estudos Linguísticos, 3(1). https://doi.org/10.30681/2594.9063.2019v3n1id4130

Edição

Seção

Artigos