O pretoguês como comunidade de prática: concordância nominal e identidade racial
DOI:
https://doi.org/10.30681/2594.9063.2020v4n1id4644Resumen
O presente trabalho visa demonstrar que a ausência de concordância de número em sintagmas nominais, reflete aspectos estilísticos da língua provenientes de identidade racial, como movimento emancipatório, quando produzidos no dialeto hip hop (SOUZA, 2009). Para tanto, é feita adoção da terceira onda da sociolinguística (ECKERT, 2005, 2012), a fim de identificar, em dados extraídos de músicas do gênero musical rap, que esse uso está diretamente atrelado a aspectos estilísticos decorrentes de consciência e identidade racial. Nesse sentido, assume-se que marcas linguísticas do pretoguês (GONZALEZ, 1983), no hip hop, implicam na existência de comunidades dessa prática.Descargas
Referencias
ABOH, E. O. Competition and selection: That’s all. In: ABOH, E. O.; SMITH, N. (Eds.). Complex Processes in New Languages. Amsterdam: Benjamins, 2009, p. 317–344.
________. The Emergence of Hybrid grammar: Language Contact, Change and Creation. Cambridge: Cambridge University Press, 2015.
________. Lessons From Neuro-(a)-Typical Brains: Universal Multilingualism, Code-Mixing, Recombination, and Executive Functions. Front. Psychol,, v. 11, 488, 2020..
ALBUQUERQUE, W. A exaltação das diferenças: racialização, cultura e cidadania brasileira (Bahia, 1880 - 1900). Tese (Doutorado em História) - Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade do Estado de Campinas, Campinas, 2004.
________. O jogo da dissimulação: Abolição e cidadania negra no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 2009, p. 247-283.
ALMEIDA, S. O que é racismo estrutural? Coleção Feminismos Plurais. Belo Horizonte: Editora Letramento, 2018.
BAXTER, A. A concordância de número. In: LUCCHESI, D; BAXTER, A.; RIBEIRO, I. O português afro-brasileiro. Salvador: EDUFBA, 2009, p. 41-74.
CARNEIRO, A. S. A construção do outro como não-ser como fundamento do ser. Tese (Doutorado em Educação) - Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2005.
_________. Escritos de uma vida. São Paulo: Pólen Livros, 2019.
CARVALHO, D. S. A língua na diversidade: um estudo sociolinguístico de gays soteropolitanos. Projeto de Pesquisa, Salvador: DFEL – UFBA, 2014.
CARVALHO, D.; BRITO, D. (Eds.). Gênero e Língua(gem): formas e usos. Salvador: Edufba, 2020.
DAVIS, Ângela. Mulheres, Raça e Classe. Tradução de Heci Regina Candiani. São Paulo: Boitempo, 2016.
ECKERT, P. Linguistic Variation as social practice. Oxford: Blackwell, 2000.
________. Style and social meaning. In: ECKERT, P.; RICKFORD, J. Style and sociolinguistic variation. Cambridge: Cambridge University Press, 2001, p. 119-126.
________. Variation, convention and social meaning, Paper Presented at the Annual Meeting of the Linguistic Society of America. Oakland CA, Jan. 2005.
________. Communities of Practice, In: BROWN, K.; ANDERSON, A. H. (Eds.). Encyclopedia of Language and Linguistics, Elsevier: Oxford, 2006, v. 2, p. 683-685.
GONZALEZ, L. Racismo e sexismo na cultura brasileira. Revista Ciências Sociais Hoje, ANPOCS, 1983, p. 223-244.
_______. A categoria político-cultural de amefricanidade. Tempo Brasileiro, Rio de Janeiro, n. 92-93, 1988, p. 69-82.
GUY, G. As comunidades de fala: fronteiras internas e externas. In: II Congresso Internacional da ABRALIN, Fortaleza. Anais, 2001.
HALL, S. A identidade em questão. In: HALL, S. A identidade cultural na pós modernidade. Rio de Janeiro: DP&A editora, 1992, p.7-13.
HOOKS, B. Linguagem: ensinar novas paisagens/novas linguagens. In: Estudos Feministas, v.16(3), 2008.
LOPES, N. O mecanismo da variação da concordância no Português: observações quanto a marcas nos verbos e nos nomes. Estudos da Língua(gem). Vitória da Conquista, v. 13, n.2, 2015, p. 59-72.
LUCCHESI, D.; BAXTER, A.; RIBEIRO, I. O português afro-brasileiro. Salvador: EDUFBA, 2009.
________. A transmissão linguística irregular. In: LUCCHESI, D; BAXTER, A.; RIBEIRO, I. O português afro-brasileiro. Salvador: EDUFBA, 2009b, p. 41-74.
________. Língua e sociedades partidas: a polarização sociolinguística do Brasil. São Paulo: Contexto, 2015.
MBEMBE, A. Necropolítica. São Paulo: N-1 edições, 2018.
MUFWENE, S. S. The founder principle in creole genesis. Diachronica, 13:1, 1996, p. 83–134.
_______. Language birth and death. Annual Review of Anthropology, 33, 2004, p. 201-222.
_______. Language evolution: Contact, competition and change. London: Continuum Press, 2008.
_______. Ecologia da língua: algumas perspectivas evolutivas. Ecolinguística: Revista Brasileira de Ecologia e Linguagem, v. 02, n. 01, 2016, p. 21-38.
SOUZA, A. L. S. Letramentos reexistência: culturas e identidades no movimento hip hop. Tese (Doutorado em Linguística Aplicada) - Instituto de Estudos da Linguagem, Universidade do Estado de Campinas, Campinas, 2009.
_________. Letramentos de resistência: poesia, grafite, música, dança. São Paulo: Parábola, 2011.
NASCIMENTO, A. Democracia racial: mito ou realidade? 1977.
_______. O genocídio do negro brasileiro. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1978.
NASCIMENTO, G. Racismo Linguístico: os subterrâneos da linguagem e do racismo. Belo Horizonte: Letramento, 2019.
KILOMBA, G. Memórias da Plantação: episódios de racismo cotidiano. Trad. Jess Oliveira. Rio de Janeiro: Editora Cobogó, 2019.
SANTOS, Milton. Espaço do Cidadão. São Paulo: Nobel, 1987.
SMITHERMAN, G. African-American English: From The Hood to the Amen Corner, Speaker Series, n 5, 1996.
Descargas
Publicado
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2020 Traços de Linguagem – Revista de Estudos Linguísticos
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución-NoComercial 4.0.