Retomada epistêmica, branquitude e colonialidade nos currículos acadêmicos de comunicação:

uma autoetnografia em re-existência

Autores

  • LUAN MATHEUS DOS SANTOS SANTANA UFC/UFCA

Palavras-chave:

colonialidade, branquitude, retomada epistêmica

Resumo

Neste artigo, desafio-me a investigar, a partir da minha experiência (que não é individual, mas coletiva), a bibliografia das disciplinas obrigatórias dos cursos de mestrado e doutorado do Programa de Pós Graduação em Comunicação da Universidade Federal do Ceará (PPGCOM-UFC), afim de refletir acerca dos elementos da colonialidade e da branquitude ainda presentes nas matrizes teóricas dos cursos, bem como os processos de resistência epistêmica em curso. Por meio da autoetnografia, percorro caminhos “suleados” pela articulação coletiva do Coletivo de Estudantes Negros/as, Trans e Indígenas, conformado em maio de 2021, do qual faço parte. Foi possível, por meio da autoetnografia e de uma análise documental, comprovar a permanência de um referencial teórico marcadamente branco, masculino, cisgênero e ocidentalizado, mas também foi possível rememorar as transformações geradas a partir da intervenção e articulação do Coletivo, que propiciaram o início de um processo de retomada epistêmica no PPGCOM-UFC.

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Publicado

2024-05-02

Como Citar

SANTOS SANTANA, L. M. D. (2024). Retomada epistêmica, branquitude e colonialidade nos currículos acadêmicos de comunicação:: uma autoetnografia em re-existência. Revista Comunicação, Cultura E Sociedade, 9(1). Recuperado de https://periodicos.unemat.br/index.php/ccs/article/view/12294