OUTRAS CAROLINAS:banzo e lamento na autobiografia de Zeli Barbosa
DOI:
https://doi.org/10.30681/rccs.v5i5.1593Palavras-chave:
Ilhota, leitura insolente, negro, racialismo, autobiografia.Resumo
O presente artigo propõe uma releitura da autobiografia Ilhota, testemunho de uma vida, escrito por Zeli Barbosa em 1972 e publicado 21 anos depois pela coleção Outras Vozes da prefeitura de Porto Alegre. O objetivo é apontar a potência de denúncia, deste e de outros textos possíveis, com a desconstituição de suas perspectivas racialistas. Propõe-se para isso, no conjunto dessa pesquisa, o uso da noção de duplo na constituição de um modelo heurístico, denominado no conjunto dessa pesquisa de leitura insolente. Busca-se então a aproximação de elementos da tradição negra, considerando suas características simbólicas e em movimento. As características de oralidade empregadas na escrita e a tristeza que motiva sua produção remetem para os lamentos dos escravizados, guardadas em cantos graves e repetitivos. Por outro lado, essa tristeza contida e principalmente descrita pela autora aponta para o banzo, referido na bibliografia sobre o escravismo como constante e mortal entre os escravizados. Essas referências tradicionais são utilizadas como categorias para a análise do relato de Zeli, a fim de desvelar suas denúncias em potência.Downloads
Referências
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