Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) e “Bem Viver”: diálogo, cultura e atualização de utopia
DOI:
https://doi.org/10.30681/rccs.v7i2.5218Palavras-chave:
CEBs, Bem Viver, modo de vida, utopia, povos originários dos Andes.Resumo
Com o intuito de entender o diálogo envolvendo as Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) da Igreja Católica no Brasil e o “Bem Viver”, acompanhamos atividades em nível nacional (Londrina-PR) e regional (Cuiabá e Rondonópolis-MT) entre 2018 e 2020 por meio da etnografia multissituada. As CEBs se apresentam como “um modo de ser Igreja” associado ao conceito de “Igreja-Povo de Deus”, e não ao centralismo do clero; seus participantes exercitam a fé no contexto do laicato engajado em causas sociais e produtor de um vasto conjunto de práticas culturais pelo menos desde os anos 1960. O “Bem Viver” é uma cosmologia dos indígenas ancestrais dos Andes, que se vale de uma amálgama humana-natural-cósmica-divina. Desde os anos 1990 este modo de viver a vida ganha visibilidade na América Latina a partir de uma ação de resgate do movimento indígena, seja como filosofia de vida ou alternativa de projeto de sociedade.
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