Kuduro: Da representação juvenil à estratégia de manipulação política em Angola

Autores

  • Octávio Bengui José Hinda Universidade do Estado do Amazonas
  • Justino Jorge José Universidade Federal do Sul da Bahia
  • Sousa da Silva Sobrinho Universidade Federal do Mato Grosso do Sul
  • Makosa Tomás David Universidade Federal do Sul da Bahia

DOI:

https://doi.org/10.30681/rccs.v11i1.13494

Palavras-chave:

Kuduro; marginalização; inspiração; identidade; símbolos.

Resumo

Este artigo apresenta um estudo qualitativo e interdisciplinar sobre o movimento artístico kuduro, um gênero de música e de dança que surgiu em Luanda, capital de Angola, no início da década 1990, tendo sido adotado como um estilo de manifestação artística, um instrumento que possibilita relatar a precariedade social, principalmente, dos jovens que vivem nas regiões carentes. O crescimento e a expansão nacional do kuduro pode ser compreendidos como consequência do contexto histórico e socioeconômico daquele país. No início do kuduro, mercados informais e os candon-gueiros27 com ajuda da pirataria, serviram como canais de divulgação, mais tarde com a popularização da internet as redes sociais dinamizaram a midiatização do gênero musical kuduro.

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Biografia do Autor

  • Octávio Bengui José Hinda, Universidade do Estado do Amazonas

    É natural do Uíge, município dos Buengas, nasceu na aldeia do Kibenguiteka, Angola. Possui graduação em Ensino a História,pela Escola Superior Pedagógica do Bengo (2021), Mestre em Educação pela Universidade do Estado do Amazonas(UEA).Presidente da Associação de Inclusão e Participação Comunitária - "AIPC";Co-fundador da Organização de Integração e Ajuda Comunitária - AIAC;Coordenou em conjuntos com os outros membros PREPARATÓRIO COMUNITÁRIO" cujo slogan Servir para uma comunidade melhor", visa impulsionar massivamente os jovens aderirem aos espaços Universitários - 2020;Coordenou em Parceria com outra organização, Mostra Teu Talento", ademais, foi um campeonato co-organizado pela UFA AIPC, cujo objetivo era o combate à delinquência usando o desporto - 2021;Coordenou em parceria com Real Friendz Projecto Kikolo 100 Crime", uma iniciativa que teve como finalidade, discutir sobre os problemas de delinquência nos nossos musseques, e daí encontrarmos soluções para tal desgraça que muito dilacera os musseques; Coordenou Projeto Leitura na Banda um iniciativa de estímulo e conscientização aos jovens ao apego aos livros, concomitante o gosto pela leitura. Participou no Evento CIT - I Congresso Internacional de Teatro do Amazonas - 2023;Participou no Workshop, em formato híbrido, com o tema Como elaborar uma tese: Dissertações e teses, promovido pelo programa de Pós-Graduação em Educação - PPGED/UEA - 2023;Foi monitor da 41 Reunião Nacional da ANPED, realizada na UFAM/UEA - 2023;Palestrou no mês da Consciência Negra, nos dias 16 e 23 no Museu Amazônico afeto a Universidade Federal do Amazonas - UFAM, subordinado ao tema :África em Nós ;Participou no Podcast alusivo ao dia do Museu Amazônica, subordinado ao tema: Leituras Brasil e Angola; Participou como Ouvinte do VIII Transfronteiras - Educação e Interculturalidade na Amazônia : Um Traçado de Saberes, promovido pelo Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas - PPGICH/UEA;I Seminário Nacional Aquilombar-se" Estéticas fabulatorias, escolas contracoloniais" 12 a 14 de Junho de 2024; Palestrou em conjunto com Adilson Kamy no Colégio Ideal"Bahia" sobre tema" Dança, arte e História Africana" parte da Oficina de Dança dos alunos 7ª anos, participou na conversa sobre "Pedagogia das Margens". Encontro que traz história e tradição africana para promover conscientização cultural,e combater racismo; Participou como Orador "I Encontro de Linhas de Pesquisa do PPGED" com seguinte artigo expandido "A falta das práticas pedagógicas da cultura africana e a afro-brasileira nas escolas públicas do Ensino Médio em Manaus-AM"; Participou do CINE DEBATE E OFICINA DE ABAYOMI, ação de extensão do Projeto Cinema na Comunidade, realizado em 20 de Junho de 2024, na Universidade Estadual de Santa Cruz" Pró-Reitoria de Extensão".

  • Justino Jorge José, Universidade Federal do Sul da Bahia

    ou Justino Jorge José, nascido em Angola-Luanda aos 2 de Junho de 2001, de nacionalidade angolana. Sou da etnia Bakongo. Ex-intercambista na universidade Estadual de Santa Cruz-UESC no curso de Letras e também ex-estudante no curso de Licenciatura em Língua Portuguesa na Faculdade de Humanidades, Na Universidade Agostinho Neto-UAN.
    Estudante regular da Universidade Federal do Sul da Bahia-USFB, no curso de Licenciatura Interdisciplinar em Linguagens e suas tecnologias. Pesquisador no Projeto Racismo e Antirracismo no Ensino de Linguas-Rael.

    Poeta, declamador, Slammer

    Compositor e produtor no grupo de artistas Geração Bantu e na dupla Kuntwala .

  • Sousa da Silva Sobrinho, Universidade Federal do Mato Grosso do Sul

    Mestrando em Educação Social pela Universidade Federal do Mato Grosso do Sul – UFMS. Bolsista da CAPES

  • Makosa Tomás David, Universidade Federal do Sul da Bahia

    Natural de Luanda – Angola, Makosa é estudante de graduação na Universidade Federal do Sul da Bahia – UFSB cursando Licenciatura Interdisciplinar em Linguagens e Códigos e suas Tecnologias, tendo ingressado em 2021 por meio de uma transferência externa concedida pela sua antiga Universidade Agostinho Neto – UAN, Angola. Ex - intercambista da Universidade Estadual de Santa Cruz – UESC no curso de Letras - Língua Portuguesa, em 2021, bolsa concedida pela AULP - Associação de Universidades de Língua Portuguesa. Fez o Ensino Médio no Liceu nª 3088, em Luanda, no curso de Ciência Econômica e Jurídica (2017 – 2019). Em 2020, atou como professor formador para ingresso à universidade na sua comunidade do Kikolo-Angola. É membro do grupo de Estudo Raciais e Linguísticos (UESC) e do grupo de pesquisa Racismo e Linguagem (UFSB). Foi um dos organizadores da Primeira Jornada Internacional de Estudos de Linguagem: Racismo Linguístico e Racismo nos Estudos da Linguagem realizado em Ilhéus no ano de 2022. Desenvolveu pesquisa como bolsista na UFSB, financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia – FAPESB na qual era coordenador, onde pesquisou sobre Racismo e Antirracismo no Ensino de Línguas – RAEL (2022 - 2024). Colaborador da pesquisa "O Pretuguês do quilombo e dos terreiros de candomblé: educação linguística e transmissão ancestral em contação de histórias (UFSB), 2024. Ministrou a oficina Diálogos Étnicos Raciais no Colégio Estadual de Salobrinho no ano de 2022, em Ilhéus, que tinha como tema África-Brasil: cultura e ancestralidade. Participou, em 2022, do curso de extensão Curso Básico de Língua Inglesa e Interculturalidade Aberto à comunidade da UFSB. Nos anos de 2022, 2023 e 2024 participou do 8º, 9º e 10º Congresso de Iniciação à Pesquisa, Criação e Inovação, realizado no campus Jorge Amado – UFSB, sendo que no primeiro ano conquistou o primeiro lugar, no segundo e no terceiro foi reconhecido com o Prêmio Destaque de Iniciação Científica e Tecnológica na UFSB, com a pesquisa Racismo e Antirracismo no Ensino de Línguas. Foi um dos organizadores da palestra intitulada” Uma resposta ao estímulo-resposta: como a teoria gerativista ajudou a linguística a compreender como se aprende uma língua" proferida pelo Dr. Carlos Felipe Pinto, realizada em 2022 (UFSB). Foi um dos realizadores da pesquisa "Pretoguês em comunidades quilombolas da Chapada Diamantina" – UFBA em 2023. Fez o curso Igualdade Racial nas Escolas, em 2023, promovido pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH) em parceria com o Instituto de Educação a Distância da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro Brasileira (UNILAB). Apresentou um dos seus artigos, "As influências das línguas Bantu no português de Brasil: origens e trajetórias rumo ao Pretuguês" no II Colóquio de Linguística (II COLIN) – Linguística hoje: potencialidades e interfaces, realizado pelo Centro Acadêmico de Letras Prof. Ruy Póvoas, em parceria com o Programa de Pós-graduação em Letras: Linguagens e Representações (PPGL - UESC), Kàwé - Núcleo de Estudos Afro-Baianos Regionais (NEAB) e o Laboratório de Redação, no ano de 2023. Foi revisor do livro “Racismo e Linguagem: estratégias de professores negros no ensino de língua inglesa”, de Dr. Gabriel Nascimento publicado em 2024. É o primeiro linguista angolano a abordar sobre o estilo, de dança e música, Kuduro na perspectiva linguística no seu artigo “O kuduro como espaço de resistência linguística do português d’Angola: Angolês”, publicado em 2024 pela Revista Gatilho – Brasil. Fez o curso autoinstrucional de Formação em Linguagens e suas Tecnologias, em 2024, promovido pela Secretaria de Educação Básica no Ambiente Virtual de Aprendizagem do Ministério da Educação - AVAMEC. Em 2024 fez o curso de Language and thought: introduction representation, Language and creativity e Linguagem no mundo real oferecido pela The Open University - Inglaterra. Realizou estágio na Prefeitura de Itabuna como auxiliar de vida escolar - AVE, 2023-2025. Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Língua Portuguesa!

Referências

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Publicado

2025-08-09

Como Citar

Hinda, O. B. J., José, J. J. ., Sobrinho, S. da S. ., & David, M. T. . (2025). Kuduro: Da representação juvenil à estratégia de manipulação política em Angola. Revista Comunicação, Cultura E Sociedade, 11(1). https://doi.org/10.30681/rccs.v11i1.13494