Escrita indígena, discurso, resistência e cidadania
DOI:
https://doi.org/10.30681/2594.9063.2019v3n1id4124Resumo
Tomando o discurso como uma rede, puxo fios para desenvolver algumas reflexões acerca do modo como a pesquisa para a compreensão da língua, da história e os seus efeitos na escrita/sobre uma escrita específica é fundamental no processo de subjetivação da mulher indígena, na materialidade dos textos que produz, considerando as particularidades étnicas. O objetivo amplo do artigo é analisar escritas de Eliana Potiguara, principalmente, sequências discursivas do livro: Metade cara, metade máscara (2004) e a relação que ela estabelece com a língua escrita alfabética como prática de denúncia, de resistência, à revelia dos processos de naturalização, oficialização, convenção linguísticas e interdição da língua própria.Downloads
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