O PERCURSO DOS ATORES FEMININOS EM “SHIRLEY PAIXÃO”, DE CONCEIÇÃO EVARISTO

Autores

  • Vera Lucia Rodella Abriata Universidade de Franca
  • Camilla Fernandes Universidade de Franca

DOI:

https://doi.org/10.30681/rln.v16i44.11037

Palavras-chave:

Semiótica, paixão, violência contra a mulher, Escrevivência

Resumo

Shirley Paixão, conto da escritora brasileira contemporânea Conceição Evaristo, que integra a obra Insubmissas Lágrimas de Mulheres (2016), é objeto de análise deste artigo. Com base no instrumental teórico da semiótica francesa, nosso objetivo é apreender a construção da subjetividade do ator Shirley e sua relação com as quatro filhas, especialmente com Seni, sua filha adotiva, e com o marido. Para isso, embasadas, sobretudo, nos estudos da Semiótica das Paixões de Greimas e Fontanille (1993), o percurso da cólera de Fontanille (2005), Ensaio semiótico sobre a vergonha de Harkot De La Taille (1999) dos postulados acerca da violência de gênero de Saffioti (2011) analisaremos o modo como o sujeito da enunciação constrói os atores femininos, observando a forma como Shirley reage à violência sexual operada pelo marido contra a própria filha e as paixões que a acometem.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Vera Lucia Rodella Abriata, Universidade de Franca

    Possui graduação em Letras pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (1976), Mestrado em Estudos Literários pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (1993) e Doutorado em Linguística e Língua Portuguesa pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2001).Foi professora do Centro Universitário Barão de Mauá (Ribeirão Preto) e da UNAERP (Ribeirão Preto) Atualmente é professor titular da Universidade de Franca, exercendo a docência dos cursos de Letras, Pedagogia, e no Programa de Pós-Graduação em Linguística. É membro de grupos de pesquisa cadastrados no CNPq: CPS- PUC-SP (Centro de Pesquisas Sociossemióticas) e Actantes, (UNIFRAN ), do qual é líder. Foi coordenadora do Mestrado em Linguística da UNIFRAN de 2012 a 2018. Tem experiência na área de Linguística, com ênfase em teoria semiótica discursiva, atuando principalmente nos seguintes temas: formas de vida, acontecimento, interação, subjetividade, literatura brasileira contemporânea

  • Camilla Fernandes, Universidade de Franca

    Formada em Letras (Português/Inglês e suas Respectivas Literaturas) na Universidade de Franca. É membro do Actantes - Grupo de Pesquisa em Semiótica da UNIFRAN. Integra o Ateliê Semiótica e Literatura do Centro de Pesquisas Sociossemióticas (CPS) da PUC - São Paulo. Foi bolsista de Iniciação Científica (PIBIC - CNPq) durante a graduação e desenvolveu o projeto, "O inteligível e o sensível em contos de Sérgio Sant'Anna. Uma abordagem semiótica." Foi bolsista CAPES do curso de Mestrado em Linguística pela mesma Universidade e defendeu a dissertação intitulada: "Escrevivências em contos de Conceição Evaristo. O percurso dos atores femininos em Insubmissas Lágrimas de Mulheres." (2021). Atualmente, é aluna regular, bolsista CAPES do curso de pós-graduação de Doutorado em Linguística também pela Universidade de Franca. Desenvolve o projeto "A resistência à escravização em Torto Arado de Itamar Vieira Junior. Uma Abordagem Semiótica." Além disso, realiza atividades como membro voluntária da Comissão de Combate a violência contra a mulher da OAB Franca, participa do Grupo Mulheres do Brasil, núcleo Franca, vinculada ao comitê Niara de combate a violência contra a mulher. E também atua como redatora voluntária da plataforma de educação política, Politize! Faz pesquisa científica à luz da semiótica francesa com interesse nos seguintes temas: enunciação, paixão, exterioridade discursiva e violências de gênero, raça e interseccionalidade.

Referências

ABRIATA, L. R. V. Acontecimentos, paixões e formas de vida em Guimarães Rosa. Uma abordagem semiótica do conto “Estoriinha”. In: NASCIMENTO, Edna Maria Fernandes dos Santos; ABRIATA, Vera Lucia Rodella (Orgs.). Formas de vida: rotina e acontecimento. Ribeirão Preto: Ed. Coruja, 2014.

BARROS, D. L. P. de. Teoria semiótica do texto. São Paulo: Ática, 2005.

BARROS, D. L. P. de. Teoria do discurso: Fundamentos semióticos. São Paulo: Atual, 1988.

BERTRAND, D. Caminhos da semiótica literária. São Paulo: EDUSC, 2003.

CANDIDO, A. Literatura e sociedade. 5. ed. São Paulo: Editora Nacional, 1976.

CARNEIRO, S. Mulheres Negras e Violência Doméstica: decodificando os números. 1º ed. São Paulo: Geledés Instituto da Mulher Negra, 2017. Disponível em: <https://www.geledes.org.br/wp-content/uploads/2017/03/e-BOOK-MULHERES-NEGRAS-e-VIOL%C3%8ANCIA-DOM%C3%89STICA-decodifancando-os-n%C3%BAmeros-isbn.pdf> Acesso em: 6 ago. 2022

CARNEIRO, S. Enegrecer o feminismo: a situação da mulher negra na América Latina a partir de uma perspectiva de gênero. In: Ashoka Empreendimentos Sociais; Takano Cidadania. Racismos contemporâneos. Rio de Janeiro: Takano, 2003. Coleção Valores e Atitudes.

DISCINI, N. HQ e poema: diálogo entre textos. In: LOPES, C. Ivã e HERNANDES, Nilton. Semiótica: objetos e práticas. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2011.

DUARTE, L. C. Canção para ninar menino grande: o homem na berlinda da escrevivência. DUARTE, L. Constância; NUNES, R. Isabella (Orgs.) In: Escrevivência: a escrita de nós – Reflexões sobre a obra de Conceição Evaristo. 1º ed. Rio de Janeiro: Mina Comunicação e Arte, 2020.

EVARISTO, C. Insubmissas Lágrimas de Mulheres. 2. ed. Rio de Janeiro: Malê, 2016.

FIORIN, L. J. As astúcias da enunciação: as categorias de pessoa, espaço e tempo. 3º ed. São Paulo: Editora Contexto, 2016.

FIORIN, L. J. Paixões, Afetos, Emoções e Sentimentos. Cadernos de Semiótica Aplicada (CASA), Araraquara, v. 5, n. 2, dez. 2007. Disponível em: <https://periodicos.fclar.unesp.br/casa/article/view/541/462>. Acesso em: 16 jul. 2020.

FIORIN, L. J. Enunciação e Semiótica. Letras, n. 33, p. 69-97, dez. 2006. Disponível em: <https://periodicos.ufsm.br/letras/article/view/11924/7345>. Acesso em: 07 dez. 2021.

FONTANILLE, J. As vias e a vozes do afeto. Galáxia. São Paulo nº especial 2 São Paulo, 2019. Disponível em: <https://www.scielo.br/pdf/gal/nspe2/1982-2553-gal- spe2-0137.pdf> Acesso em: 15 fev. 2021

FONTANILLE, J. Semiótica do discurso. Tradução de Jean Cristtus Portela. São Paulo: Contexto, 2007.

FONTANILLE, J. “Colère”. In: RALLO DITCHE, Elisabeth; FONTANILLE, Jacques, LOMBARDO, Patrizia. Dictionnaire des passions littéraires. Paris, Belin, 2005a.

FONTANILLE, J. “Peur”. In: RALLO DITCHE, Elisabeth; FONTANILLE, Jacques, LOMBARDO, Patrizia. Dictionnaire des passions littéraires. Paris, Belin, 2005b.

GREIMAS, A. J. Sobre o sentido II: Ensaios semióticos. São Paulo: EDUSP/Nankim,

GREIMAS, A. J.; FONTANILLE, J. Semiótica das Paixões. Dos estados de coisas aos estados de alma. Tradução de Maria José Rodrigues Coracini. São Paulo: Ática, 1993.

GREIMAS, A. J. COURTÉS, J. Dicionário de semiótica. São Paulo: Contexto, 2011.

HARKOT DE-LA-TAILLE, E. Ensaio semiótico sobre a vergonha. São Paulo:

Humanitas, Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas FFLCH-USP, 1999.

HOUAISS, A.; VILLAR, M. de S. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2011. CD-ROM.

LIMA, S de. E. A semiótica das paixões e a análise da dimensão passional dos enunciados. Revista de Estudos da Linguagem, Belo Horizonte, v. 25, nº 2, p. 841-871, 2017. Disponível em: <http://www.periodicos.letras.ufmg.br/index.php/relin/article/view/10353> Acesso em: 12 jan 2022.

SAFFIOTI, H. Gênero, patriarcado, violência. 2ª reimpressão. São Paulo: Ed. Graphium, 2011.

Downloads

Publicado

21/08/2023

Edição

Seção

Dossiê Temático 2023/1 "As escrevivências de Conceição Evaristo: as mulheres negras no centro das narrativas"

Como Citar

O PERCURSO DOS ATORES FEMININOS EM “SHIRLEY PAIXÃO”, DE CONCEIÇÃO EVARISTO. (2023). Revista De Letras Norte@mentos, 16(44). https://doi.org/10.30681/rln.v16i44.11037

Artigos Semelhantes

1-10 de 109

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.