CONCEIÇÃO EVARISTO E O CONCEITO DE ESCREVIVÊNCIA: ELEMENTOS PARA UMA UNIDADE DISJUNTIVA DA LITERATURA BRASILEIRA

Autores

DOI:

https://doi.org/10.30681/rln.v16i44.11134

Palavras-chave:

escrevivência, corpo negro, espacialidade, espaços alternativos

Resumo

A unidade da literatura brasileira é frequentemente posta em questão. Luís Bueno afirma que as desigualdades evidentes, no Brasil, provocam experiências distintas de pertencimento e demandas específicas do fazer literário. O conceito de “disjunção” resume tais ambiguidades. Propomos uma análise literária do conto “Maria”, de Conceição Evaristo. O objetivo principal é aprofundar as noções de “disjunção” e de “escrevivência”, na literatura brasileira, através do diálogo com outro dois autores: Frantz Fanon e Sueli Carneiro. A leitura disjuntiva não pretende anular a ideia de unidade, mas extrair das especificidades brasileiras o potencial de uma literatura própria, assimilando suas desigualdades estruturais.

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Biografia do Autor

  • Raquel Illescas Bueno, Universidade Federal do Paraná - UFPR

    Possui graduação em Letras Português Inglês pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (1985), graduação em Direito pela Universidade Federal do Paraná (1986), mestrado em Literatura Brasileira pela Universidade de São Paulo (1992), doutorado em Literatura Brasileira pela Universidade de São Paulo (2002) e pós-doutorados pelas Universidade de Santiago de Compostela (2012) e Universidade Federal de Santa Catarina (2018). É professora titular da Universidade Federal do Paraná. Desenvolve pesquisas sobre a presença da crítica literária na ficção no modernismo e na contemporaneidade e sobre a literatura brasileira produzida na primeira metade do século XX por autores-viajantes, tais como Mário de Andrade, Alcântara Machado, Cecília Meireles e Rubem Braga. Pesquisa e orienta trabalhos voltados para a literatura brasileira no cenário contemporâneo, com ênfase na trajetória de Dalton Trevisan.

  • Luíza Bahr Calazans, Universidade Federal do Paraná - UFPR

    Estudante do bacharelado em Letras/Francês, na Universidade Federal do Paraná (UFPR). Em linguística, tem interesse na análise da linguagem científica. Estuda o conceito de incomensurabilidade, em Thomas Kuhn, especialmente no que diz respeito ao "flogisto". Em literatura, dedica-se ao conceito de "escrevivência", da autora Conceição Evaristo, em um diálogo com as obras de Franz Fanon e Sueli Carneiro.

Referências

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Publicado

21/08/2023

Edição

Seção

Dossiê Temático 2023/1 "As escrevivências de Conceição Evaristo: as mulheres negras no centro das narrativas"

Como Citar

CONCEIÇÃO EVARISTO E O CONCEITO DE ESCREVIVÊNCIA: ELEMENTOS PARA UMA UNIDADE DISJUNTIVA DA LITERATURA BRASILEIRA. (2023). Revista De Letras Norte@mentos, 16(44). https://doi.org/10.30681/rln.v16i44.11134

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