MARIA MANUELA MARGARIDO: DO SOFRIMENTO PSÍQUICO INDIVIDUAL À RESISTÊNCIA AO TRAUMA COLETIVO
Palavras-chave:
Maria Manuela Margarido, Angústia, Poesia, Resistência, São Tomé e PríncipeResumo
Estudaremos, neste artigo, poemas de Maria Manuela Margarido, escritora santomense que viveu por longo período em Portugal e participou ativamente dos debates e reflexões da Casa dos Estudantes do Império. Evidenciamos que a obra de Maria Manuela Margarido não se limita a um eixo temático exclusivo, destacando como a sua produção literária é plural e diversificada, modificando-se conforme experiências vividas e reflexões sobre o continente africano; especialmente, sobre a realidade santomense. Além disso, ressaltamos que a sua poesia tem apelos subjetivos e coletivos, possibilitando debater, a partir dela, sofrimentos psíquico individual e social. Apontamos mudanças significativas de uma voz que, em uma obra de 1957, (re)elabora e expressa angústia pessoal e, em seguida, toma corpo coletivo, a partir da consciência sobre questões próprias de seu continente e, de forma mais específica, das ilhas de São Tomé e Príncipe.
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