Acesso e implicações da automedicação em idosos na atenção primária à saúde/ Access and implications of self-medication in the elderly in primary health care/ Acceso e implicaciones de la automedicación en ancianos en la atención primaria de salud

Autores

Palavras-chave:

Atenção Primária à Saúde, Idoso, Automedicação, Acesso aos Serviços de saúde.

Resumo

Objetivo: avaliar o acesso e sua interferência no processo da automedicação em idosos. Método: estudo de avaliação de serviços com corte seccional, com idosos de ambos os sexos, que utilizam os serviços da atenção primária à saúde, pertencente ao município de Natal, Rio Grande do Norte. Foram realizadas 121 entrevistas, em nove unidades básicas de saúde no ano de 2016. Os dados foram analisados a partir do teste T de Student e o teste Qui-Quadrado, para determinar a significância estatística entre as variáveis independentes e os desfechos. Resultados: a prevalência de automedicação foi de 66,7%, associada negativamente ao acesso, atributo desfavoravelmente avaliado pelos idosos (média de 3,4). A febre (19,8%) foi a principal queixa motivadora de automedicação, sendo os analgésicos, os fármacos mais utilizados na automedicação. A automedicação apresentou associação significativa entre idade e medicamento sem prescrição médica para febre e cefaleia. Conclusão: apesar de não ter encontrado associação entre acesso e automedicação, foi identificada a alta prevalência dessa prática. Assim, é necessário que haja o fortalecimento da atenção primária, por meio de políticas voltadas às necessidades dos idosos com abordagem integral e com maior acesso ao atendimento multidisciplinar e multiprofissional, e não apenas a oferta de medicamentos.

Biografia do Autor

  • Islany Dynara Diogenes Silva, Universidade Federal do Rio Grande do Norte-UFRN
    Bacharel em Saúde Coletiva, pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e Especialista em Gestão Hospitalar e de Serviços de Saúde, pela Faculdade Metropolitana e de Serviços de Saúde (FAMEC)
  • Isaac Newton Machado Bezerra, Universidade Federal do Rio Grande do Norte-UFRN
    Graduando do curso de Saúde Coletiva, Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) Bolsista de Iniciação Científica do Laboratório de Estudos Epidemiológicos LeeP, UFRN.
  • Isac Davidson Santiago Fernandes Pimenta, Universidade Federal do Rio Grande do Norte-UFRN
    Bacharel em Saúde Coletiva, pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
  • Gerson da Silva, Universidade Federal do Rio Grande do Norte-UFRN
    Bacharel em Saúde Coletiva, pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
  • Vivianni Barros Wanderley, Grau Técnico Natal e Parnamirim
    Possui graduação em Enfermagem pela Universidade Potiguar. Graduada em Saúde Coletiva, pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Pós-Graduada em Enfermagem Ginecológica e Obstétrica. Atualmente atuando como Coordenadora de Enfermagem na instituição Grau Técnico Natal e Parnamirim.
  • Vilani Medeiros de Araújo Nunes, Universidade Federal do Rio Grande do Norte-UFRN
    Doutora em Ciências da Saúde pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte-UFRN. Professora Adjunta da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Departamento de Saúde Coletiva. Natal/RN
  • Dyego Leandro Bezerra de Souza, Universidade Federal do Rio Grande do Norte-UFRN
    Graduado em Odontologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN (2004) e mestrado em Odontologia Preventiva e Social pela UFRN (2006). Doutorado em Medicina Preventiva e Saúde Pública na Universidade de Zaragoza (Espanha) com período sanduíche na International Agency for Research on Cancer - World Health Organization (França)
  • Grasiela Piuvezam, Universidade Federal do Rio Grande do Norte-UFRN
    Doutora em Ciências da Saúde pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte-UFRN. Professora Adjunta da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Departamento de Saúde Coletiva. Natal/RN.Coordena o grupo de pesquisa do CNPq-UFRN Laboratório de Estudos Epidemiológicos (LEEp) e é Coordenadora adjunto do grupo de pesquisa do CNPq-UFRN Melhoria da Qualidade em Serviços de Saúde (QualiSaúde), que atua em rede com o grupo CalidadSalud na Espanha (Universidad de Murcia) e no México (Instituto Nacional de Salud Pública)Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Gestão da Qualidade em Serviços de Saúde- QualiSaude

Referências

Guimarães RM, Meira KC, Paz EPA, Dutra VGP, Campos CEA. Os desafios para a formulação, implantação e implementação da Política Nacional de Vigilância em Saúde. Cienc Saude Colet. 2017; 22(5):1407–16.

Van Weel C, Turnbull D, Whitehead E, Bazemore A, Goodyear-Smith F, Jackson C, et al. International Collaboration In Innovating Health Systems. Ann Fam Med. 2015; 13(1):86–7.

Fausto MCR, Rizzoto MLF, Giovanella L, Seidl H, Bousquat A, Almeida PF, et al. O futuro da Atenção Primária à Saúde no Brasil. Saúde debate. 2018; 42(spe1):4-12.

Norman AH, Tesser CD. Acesso ao cuidado na Estratégia Saúde da Família: equilíbrio entre demanda espontânea e prevenção/promoção da saúde. Saúde soc. 2015; 24(1):165-179.

Van Weel C, Kassai R, Tsoi GW, Hwang S-J, Cho K, Wong SY, et al. Evolving health policy for primary care in the Asia Pacific region. Br J Gen Pract. 2016; 66(647):e451–3.

Almeida PF, Medina MG, Fausto MCR, Giovanella L, Bousquat A, Mendonça MHM Coordenação do cuidado e Atenção Primária à Saúde no Sistema Único de Saúde. Saúde debate. 2018; 42(spe1):244–60.

Girão ALA, Freitas CHA. Usuários hipertensos na atenção primária à saúde: acesso, vínculo e acolhimento à demanda espontânea. Rev Gauch Enferm. 2016; 37(2):e60015.

Miranda GMD, Mendes ACG, Silva ALA Population aging in Brazil: current and future social challenges and consequences. Rev Bras Geriatr Gerontol. 2016; 19(3):507–19.

Francisco PMSB, Bastos TF, Costa KS, Prado MAMB, Barros MBA. The use of medication and associated factors among adults living in Campinas, São Paulo, Brazil: differences between men and women. Cienc Saude Colet. 2014; 19(12):4909-21.

Galvao TF, Silva MT, Gross R, Pereira MG. Medication use in adults living in Brasilia, Brazil: a cross-sectional, population-based study. Pharmacoepidemiol Drug Saf. 2014; 23(5):507-14.

Bertoldi AD, Pizzol TSD, Ramos LR, Mengue SS, Luiza VL, Tavares NUL, et al . Sociodemographic profile of medicines users in Brazil: results from the 2014 PNAUM survey. Rev Saúde Pública. 2016; 50(Suppl 2):5s.

Manfre AH. Está me chamando de doente? O discurso dedicalizante do TDAH na escola: uma revisão. Colloq Humanarum. 2018; 15(2):22–35.

Oliveira HSB, Corradi MLG. Aspectos farmacológicos do idoso: uma revisão integrativa de literatura. Rev Med. 2018; 97(2):165-176.

Locquet M, Honvo G, Rabenda V, Van Hees T, Petermans J, Reginster JY, et al. Adverse Health Events Related to Self-Medication Practices Among Elderly: A Systematic Review. Drugs Aging. 2017; 34(5):359–65.

Viacava F, Oliveira RAD, Carvalho CC, Laguardia J, Bellido JG. SUS: oferta, acesso e utilização de serviços de saúde nos últimos 30 anos. Cienc Saude Colet. 2018; 23(6):1751-62.

Secoli Silvia Regina, Marquesini Erika Aparecida, Fabretti Sandra de Carvalho, Corona Ligiana Pires, Romano-Lieber Nicolina Silvana. Tendência da prática de automedicação entre idosos brasileiros entre 2006 e 2010: Estudo SABE. Rev bras epidemiol. 2018; 21(Suppl 2):e180007.

Pfeiffer E. A Short Portable Mental Status Questionnaire for the Assessment of Organic Brain Deficit in Elderly Patients†. J Am Geriatr Soc. 1975; 23(10):433–41.

Ministério da Saúde (BR). Departamento de Atenção Básica. Secretaria de Atenção à Saúde. Manual do Instrumento de Avaliação da Atenção Primária à Saúde: Primary Care Assessment Tool PCATool-Brasil. Brasília: Ministério da Saúde; 2010.

Ministério da Saúde (BR). Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa. Portaria nº 2.529/GM de 19 de outubro de 2006. Institui a Internação Domiciliar no âmbito do SUS. Diário Oficial da União; Brasília; 20 out. 2006 [acesso em 2018 Set 23]. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2006/prt2528_19_10_2006.html

Jerez-Roig J, Medeiros LFB, Silva VAB, Bezerra CLPAM, Cavalcante LAR, Piuvezam G, et al. Prevalence of Self-Medication and Associated Factors in an Elderly Population: A Systematic Review. Drugs Aging. 2014; 31(12):883–96.

Arrais PSD, Fernandes MEP, Pizzol TSD, Ramos LR, Mengue SS, Luiza VL, et al. Prevalence of self-medication in Brazil and associated factors. Rev Saúde Pública. 2016; 50(Suppl 2):13s.

Manso MEG, Biffi ECA, Gerardi TJ. Prescrição inadequada de medicamentos a idosos portadores de doenças crônicas em um plano de saúde no município de São Paulo, Brasil. Rev Bras Geriatr Gerontol. 2015; 18(1):151–64.

Reich O, Rosemann T, Rapold R, Blozik E, Senn O. Potentially Inappropriate Medication Use in Older Patients in Swiss Managed Care Plans: Prevalence, Determinants and Association with Hospitalization. PLoS One. 2014; 9(8):e105425.

Lutz BH, Miranda VIA, Bertoldi AD. Potentially inappropriate medications among older adults in Pelotas, Southern Brazil. Rev Saúde Pública. 2017; 51(esp):1–12.

Foucault M. Ética, Sexualidade, Política- Coleção Ditos & Escritos V. Rio de Janeiro: Forense Universitária; 2012.

Belém PLO, Melo RLP, Pedraza DF, Menezes TN. Autoavaliação do estado de saúde e fatores associados em idosos cadastrados na Estratégia Saúde da Família de Campina Grande, Paraíba. Rev bras geriatr gerontol. 2016; 19(2):265-276.

Santos JLF, Duarte YAO, Lebrão ML. Condições pregressas e saúde no estudo “Saúde, Bem-Estar e Envelhecimento” (SABE). Rev bras epidemiol. 2018; 21(Suppl 2):e180011.

Dal Pizzol TS, Fontanella AT, Ferreira MBC, Bertoldi AD, Borges RB, Mengue SS. Analgesic use among the Brazilian population: Results from the National Survey on Access, Use and Promotion of Rational Use of Medicines (PNAUM). PLoS One. 2019; 14(3):e0214329.

Das M, Choudhury S, Santra R, De R, Roy RK. The Extent and Factors Associated with Non-Prescription Medicine Use in Eastern India – A Cross-Sectional Survey. J Young Pharm. 2017; 9(4):583–7.

Alves NMC, Ceballos AGC. Polifarmácia em idosos do programa universidade aberta à terceira idade. J Heal Biol Sci. 2018; 6(4):412.

Araújo LUA, Gama ZAS, Nascimento FLA, Oliveira HFV, Azevedo WM, Almeida Júnior HJB. Avaliação da qualidade da atenção primária à saúde sob a perspectiva do idoso. Cienc Saude Colet. 2014; 19(8):3521-3532.

Arantes LJ, Shimizu HE, Merchán-Hamann E. Contribuições e desafios da Estratégia Saúde da Família na Atenção Primária à Saúde no Brasil: revisão da literatura. Cienc Saude Colet. 2016; 21(5):1499-1510.

Soranz D, Pisco LAC. Reforma dos Cuidados Primários em Saúde na cidade de Lisboa e Rio de Janeiro: contexto, estratégias, resultados, aprendizagem, desafios. Cienc Saude Colet. 2017; 22(3):679–86.

Gomes MFP, Fracolli LA. Avaliação da estratégia saúde da família sob a ótica dos profissionais. Rev bras promoç saúde. 2018; 31(3):1–13.

Pereira MV, Alencar JS, Souto RP, Pinto NB, Saraiva SEM. Grau de conhecimento dos pacientes sobre o tratamento: estratégia para uso racional de medicamentos. J Health NPEPS. 2016; 1(1):31-39.

Corrêa DSRC, Moura AGOM, Quito MV, Souza HM, Versiani LM, Leuzzi S, et al. Movimentos de reforma do sistema de saúde do Distrito Federal: a conversão do modelo assistencial da Atenção Primária à Saúde. Cienc Saude Colet. 2019; 24(6):2031-2041.

Costa AM. Atenção básica de saúde: um estudo de caso na comunidade Novo Israel em Manaus. Rev Adm Saúde. 2019; 19(74).

Downloads

Publicado

2019-12-01

Edição

Seção

Artigo Original/ Original Article/ Artículo Originale

Como Citar

Acesso e implicações da automedicação em idosos na atenção primária à saúde/ Access and implications of self-medication in the elderly in primary health care/ Acceso e implicaciones de la automedicación en ancianos en la atención primaria de salud. (2019). Journal Health NPEPS, 4(2), 132-150. https://periodicos.unemat.br/index.php/jhnpeps/article/view/4100

Artigos Semelhantes

11-20 de 363

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)