“E ASSIM SE ILUDIRAM TER PODERES IGUAIS AOS DAS MULHERES”

UMA LEITURA DO FEMININO NA LENDA DE NAMARÓI, DE MIA COUTO

Autores

  • Marcelo Franz UTFPR

DOI:

https://doi.org/10.30681/rln.v17i48.12335

Palavras-chave:

Literatura Moçambicana, Mito, Mulher, Narrativa, Mia Couto

Resumo

“Lenda de Namarói”, conto de Estórias abensonhadas (2012), de Mia Couto dialoga com a estrutura de um mito que versa sobre a origem de homens e mulheres. O protagonismo feminino nessa ação mitológica põe as mulheres como criadoras dos homens e detentoras do fogo, importante símbolo do enredo. Buscado pelos homens, o fogo representa o poder da sexualidade feminina. Problematiza-se a expressão narrativa das mulheres num contexto de repressão. Analisa-se os sentidos críticos do conteúdo compartilhado pela narradora e a sua performance enquanto narra. Dialogando com a tradição ancestral, o conto aponta para problemas atuais da situação feminina na África.

Downloads

Biografia do Autor

  • Marcelo Franz, UTFPR

    Doutor em Letras (Literatura Portuguesa) pela Universidade de São Paulo (2002) e Mestre em Letras pela Universidade Federal do Paraná (1997). Atualmente é professor adjunto a, Classe a nível 1 da Universidade Tecnológica Federal do Paraná.

Referências

BÂ, A.Hampaté. A tradição viva. ln: Mokthar,G.(Org.). História geral da África. São Paulo:Ática/ UNESCO, 1983. v. 2. p. 181-2 18.

BACHELARD, Gaston. A água e os sonhos: ensaio sobre a imaginação da matéria. Tradução de Antônio de Pádua Danesi São Paulo: Martins Fontes, 1998.

BACHELARD, Gaston. A psicanálise do fogo. Tradução de Paulo Neves. São Paulo: Martins Fontes, 1999.

CASSIRER, ERNST. Linguagem e mito. 2. ed. São Paulo: Editora Perspectiva, 1985.

CORREIA, Maria Teresa Nobre. A personagem feminina na obra contística de Mia Couto. UBI Thesis: conhecimento online. Covilhã, pp. 02-160, jun. 2009. Disponível em: <http://hdl.handle.net/10400.6/708>. Acesso em: 02 de mar. de 2024.

COUTO, Mia. E se Obama fosse africano? E outras interinvenções. Lisboa: Editorial Caminho 2009.

COUTO, Mia. Estórias abensonhadas. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.

ELIADE, Mircea. O sagrado e o profano: a essência das religiões. São Paulo: Martins Fontes, 1992.

FORD, Clyde. O herói com rosto africano: mitos da África. São Paulo: Summus, 1999.

LÉVI-STRAUSS, Claude. O cru e o cozido: mitológicas I. Tradução de Beatriz Perrone-Moisés. Rio de Janeiro : Zahar, 2021.

PADILHA, Laura. Entre a voz e a letra: o lugar da ancestralidade na ficção angolana do século XX. Niterói: Eduff, 1995.

ROSÁRIO, Lourenço Joaquim da Costa. A narrativa africana de expressão oral: transcrita em português. Lunada: Artes e Letras, 1989.

SANTOS, José Benedito dos. Mia Couto: mito e história em A confissão da leoa. Revista Decifrar: uma revista do Grupo de Estudos e Pesquisas em Literaturas de Língua Portuguesa da UFAM, Manaus, v. 2, n. 3, p. 175-195, 2014. Disponível em: https://www.periodicos.ufam.edu.br/Decifrar/article1046. Acesso em: 02 de mar. de 2024.

VILHENA, Maria da Conceição. Gungunhana no seu reino. Lisboa: Colibri, 1996.

Downloads

Publicado

12/07/2024

Edição

Seção

Dossiê Temático 2024/1: Acolhimento, discussão e combate do sofrimento psíquico de mulheres em textos narrativos e poéticos das literaturas africanas de língua portuguesa e nas literaturas afro-diaspóricas

Como Citar

Franz, M. (2024). “E ASSIM SE ILUDIRAM TER PODERES IGUAIS AOS DAS MULHERES”: UMA LEITURA DO FEMININO NA LENDA DE NAMARÓI, DE MIA COUTO. Revista De Letras Norte@mentos, 17(48). https://doi.org/10.30681/rln.v17i48.12335