A HORA DA ESTRELA, DE CLARICE LISPECTOR: UMA PROPOSTA DIDÁTICA A PARTIR DA SEMIÓTICA DISCURSIVA
DOI:
https://doi.org/10.30681/rln.v18i52.13227Palabras clave:
Ensino de Literatura, Caderno Pedagógico, Práticas PedagógicasResumen
Neste artigo, analisamos como as práticas pedagógicas de letramento literário, voltadas para uma perspectiva pragmática e presentes no Caderno Pedagógico da Secretaria de Estado da Educação do Maranhão (SEDUC/MA), relegam o texto literário a um plano secundário ao priorizar apenas o estudo do gênero textual. Com isso, essa abordagem instrumentaliza o ensino da literatura e acaba por apagar a centralidade do texto literário nas salas de aula, uma vez que prioriza a preparação dos alunos para avaliações padronizadas em detrimento de uma leitura mais aprofundada das obras literárias. Nessa direção, objetivamos partir da análise de uma proposta de atividade desenvolvida no Caderno a fim de propormos uma abordagem alternativa. Nossa proposta, portanto, visa (re)centralizar o texto literário por meio da obra A Hora da Estrela, de Clarice Lispector — utilizada na atividade em foco —, apresentando uma abordagem que valorize a subjetividade do aluno e favoreça múltiplas leituras e interpretações. Para a análise da obra e da proposta de atividade, mobilizamos a Semiótica Discursiva, teoria da significação desenvolvida por Greimas; Courtés (2016), por sua atenção aos modos como os sentidos são construídos no interior do texto e pelos sujeitos. Além desses autores, recorremos também a estudiosos que aprofundam essa abordagem teórica, como Bertrand (2003), Barros (2005) e Fiorin (1990; 2004). Nessa direção, centramos nossa atenção, especialmente, nos conceitos de tematização e figurativização, da Semiótica Discursiva, compreendidos como processos semânticos que integram a construção do percurso gerativo de sentido. A partir dessa abordagem, sugerimos estratégias que permitam ao estudante construir significados a partir de sua vivência e de sua interação com o texto.
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