ESQUEMAS IMAGÉTICOS FANTÁSTICOS: ENCENAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO DA SUBJETIVIDADE NO CONTO “A MENSAGEM”, DE CLARICE LISPECTOR
DOI:
https://doi.org/10.30681/rln.v18i52.13379Palavras-chave:
Clarice Lispector, fantástico, esquemas imagéticos, subjetividade.Resumo
No presente artigo analisa-se, pela teoria literária em interface com a linguística cognitiva, o uso de esquemas imagéticos para ativar a percepção de elementos estéticos do gênero fantástico na constituição da subjetividade das personagens, no conto “A mensagem”, de Clarice Lispector, publicado em 1971 como parte do livro Felicidade clandestina. Para tanto, busca-se explicar, com Ferrari (2016), o que é a linguística cognitiva e como será empregada aqui. Partindo dos estudos de Lakoff (1987), faz-se então breve contextualização dos esquemas imagéticos, enfatizando os que serão mais utilizados na interpretação proposta. Na sequência, retoma-se o conceito de fantástico, com Todorov (1970, 1975) e Roas (2014), considerando a hipótese de que ele possa ser um operador de leitura que permite refletir sobre questões complexas, como a constituição da subjetividade. Nesse ponto, apresentam-se alguns conceitos de subjetividade da linguística, a partir de Benveniste (1976), e da psicanálise, com Quinet (2012), e inicia-se, de fato, o processo de imersão no conto em si. Por vezes, vale-se de outros estudos teóricos para embasar a análise proposta, isto é, da encenação da subjetividade no conto.
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