LUGAR, PODER E SUBVERSÃO EM A CASA DO JUIZ, DE BRAM STOKER
UMA LEITURA PÓS-COLONIAL
DOI:
https://doi.org/10.30681/rln.v18i51.13776Palavras-chave:
Lugar, poder, subversão, pós-colonialismoResumo
Esta pesquisa objetiva apresentar uma análise do conto A casa do juiz (1914), do irlandês Bram Stoker, pela perspectiva pós-colonial, cuja narrativa coloca em xeque questões direcionadas às dinâmicas de poder e aos efeitos do colonialismo. Centrada no estudante Malcolm Malcolmson, que chega a uma pequena cidade em busca de um lugar tranquilo para se hospedar, o personagem se instala em uma antiga mansão – temida pelos moradores da região –, onde viveu um notório juiz. Pela leitura proposta, pretende-se identificar o quanto a perspectiva de lugar influencia no processo identitário e na alocação do sujeito em condições de poder e subversão, aspectos elementares para a instauração do horror na obra. Nesse viés, a escrita de Stoker estimula a discussão de como o indivíduo desempenha o seu papel em determinar o seu locus de comando com base em suas experiências vivenciadas pela visão colonialista em relação ao Outro. O presente trabalho, portanto, constitui uma observação analítica do discurso narrativo enquanto produtor de percepções problemáticas acerca do espaço local e de sua visão como objeto privativo de autoridade e domínio próprio. Para tanto, autores como Bill Ashcroft, Gareth Griffiths e Helen Tiffin (1995, 2007), Thomas Bonnici (2000, 2005), Achille Mbeme (2001), Robert Johnson (2007), etc., foram singulares para a formalização deste trabalho, cujos resultados estão voltados para o conflituoso contato que permeia as relações colonizador/colonizado ilustrado no conto e a potencialidade da produção literária em expor o lugar como um agente complexo na identificação no comportamento dos envolvidos no panorama colonial.
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