A HERANÇA DE VÔ VICÊNCIO: ESCRAVIZAÇÃO, MEMÓRIA E (DES)CONSTRUÇÃO DO “EU” EM UM BILDUNGSROMAN NEGRO-BRASILEIRO

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.30681/rln.v16i44.11128

Palabras clave:

Conceição Evaristo, Bildungsroman negro-brasileiro, Memória, Trauma colonial

Resumen

Partindo das reflexões de Maas (2001) e Mazzari (2018) acerca do romance de formação, bem como de Duarte (2006), que compreende a obra Ponciá Vicêncio, de Conceição Evaristo, como um Bildungsroman afro-brasileiro, este trabalho pretende analisar a trajetória da protagonista Ponciá, sublinhando fatores ligados à diáspora africana na realidade étnico-racial da população negra brasileira: a violência colonial, o trauma geracional e o processo de desconstrução do “eu”. Ademais, pretende destacar o conceito de escrevivência, cunhado por Evaristo, no que diz respeito à representação socioeconômica e identitária vivenciada pelos cidadãos negros e marginalizados através de outras personagens que atravessam a trama.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Anélia Montechiari Pietrani, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Professora de Literatura Brasileira da Faculdade de Letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro e membro permanente do Programa de Pós-Graduação da UFRJ. Doutora em Literatura Comparada (2005) pela Universidade Federal Fluminense e mestre (1998) em Literatura Brasileira pela mesma universidade. Líder do Núcleo Interdisciplinar de Estudos da Mulher na Literatura (NIELM/UFRJ/CNPq).

Agda Beatriz de Souza, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Mestranda no Programa de Pós-Graduação em Letras Vernáculas da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Graduada em Letras - Português/Literaturas/Inglês pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Pesquisadora do Núcleo Interdisciplinar de Estudos da Mulher na Literatura (NIELM/UFRJ/CNPq).

Citas

AGAMBEM, Giorgio. O que é o contemporâneo? e outros ensaios. Tradução de Vinícius Nicastro Honesko. Chapecó, SC: Argos, 2009.

ASSIS, Machado de. Memórias póstumas de Brás Cubas. São Paulo: Moderna, 1999.

ASSMANN, Aleida. Espaços da recordação. Formas e transformações da memória cultural. Tradução de Paulo Soethe. Campinas: Editora da Unicamp, 2011.

BARBOSA, Maria José. Posfácio. In: EVARISTO, Conceição. Ponciá Vicêncio. Rio de Janeiro: Pallas, 2017, p. 113-118.

BÍBLIA SAGRADA. São Paulo: Ave Maria, 1992.

CARDOSO, Lúcio. Crônica da casa assinada. São Paulo: Companhia das Letras, 2021.

CUTI, Luiz Silva. Literatura negro-brasileira: consciência em debate. São Paulo: Selo Negro, 2010.

DUARTE, Eduardo de Assis. O Bildungsroman afro-brasileiro de Conceição Evaristo. Estudos Feministas. Florianópolis, v. 14, n. 1, p. 305-308, jan./abr. 2006. DOI: https://doi.org/10.1590/S0104-026X2006000100017

DUARTE, Eduardo de Assis. Literatura afro-brasileira: um conceito em construção. Estudos de literatura brasileira contemporânea. Brasília, UnB, n. 31, p. 11-23, jan./ jun. 2008.

DUARTE, Eduardo de Assis. Apresentação: A cor da literatura. In: DUARTE, Eduardo de Assis (coord.). Literatura afro-brasileira: 100 autores do século XIII ao XXI. Rio de Janeiro: Pallas, 2020, p. 10-16.

EVARISTO, Conceição. Ponciá Vicêncio. Rio de Janeiro: Pallas, 2017a.

EVARISTO, Conceição. Tudo que eu escrevo é profundamente marcado pela condição de mulher negra. Entrevista concedida a Lucas Vasquez. Fórum, Cultura, 30 set. 2017b. Disponível em: https://revistaforum.com.br/cultura/2017/9/30/conceio-evaristo-tudo-que-eu-escrevo-profundamente-marcado-pela-condio-de-mulher-negra-23311.html. Acesso em: 15 jan. 2023.

EVARISTO, Conceição. A escrevivência serve também para as pessoas pensarem. Itaú Social, 9 nov. 2020. Entrevista concedida a Tayrine Santana e Alecsandra Zapparoli. Disponível em: <https://www.itausocial.org.br/noticias/conceicao-evaristo-a-escrevivencia-serve-tambem-para-as-pessoas-pensarem/>. Acesso em: 15 jan. 2023.

GOETHE, Johann Wolfgang von. Os anos de aprendizado de Wilhelm Meister. Traduçaõ de Nicolino Simone Neto. São Paulo: Editora 34, 2006.

GONZÁLEZ, Lélia. Por um feminismo afro-latino-americano. Rio de Janeiro: Zahar, 2020.

LINS, Ronaldo Lima. Arte e sociedade: fundamentos e posições de uma ciência crítica. Tempo Brasileiro, Rio de Janeiro, n. 59, p. 23-38, out./ dez. 1979.

LUKÁCS, Georg. A teoria do romance. Tradução de José Marcos Mariani de Macedo. São Paulo: Editora 34, 2009.

MAAS, Wilma Patricia. O cânone mínimo: o Bildungsroman na história da literatura. São Paulo: Editora UNESP, 2001.

MAZZARI, Marcus Vinicius. Os anos de aprendizado de Wilhelm Meister: “um magnífico arco-íris” na história do romance. Literatura e Sociedade, v. 23, n. 27, p. 12-30, 2018. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/ls/article/view/148532. Acesso em: 10 abr. 2023. DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2237-1184.v0i27p12-30

MORRISON, Toni. A origem dos outros: seis ensaios sobre racismo e literatura. Trad. Fernanda Abreu. São Paulo: Companhia das Letras, 2017.

NOGUEIRA, Isildinha Baptista. O corpo da mulher negra. Pulsional Revista de Psicanálise, ano XIII, n. 135, p. 40-45, nov. 1999.

PINTO, Márcia Cristina Costa; FERREIRA, Ricardo Franklin. Relações raciais no Brasil e a construção da identidade da pessoa negra. Pesquisas e Práticas Psicossociais, São João del-Rei, v. 9, n. 2, p. 257-266, dez. 2014.

SANTOS, Boaventura de Sousa; MENESES, Maria Paula (orgs.). Epistemologias do Sul. Coimbra: Almedina, 2009.

SANTOS, Mirian Cristina dos. Intelectuais negras: prosa negro-brasileira contemporânea. Rio de Janeiro: Malê, 2018.

SARLO, Beatriz. Tempo passado: cultura da memória e guinada subjetiva. Tradução de Rosa Freire d’Aguiar. Belo Horizonte: UFMG, 2007.

SCHØLLHAMMER, Karl Erik. Ficção brasileira contemporânea. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2009.

Publicado

2023-08-21

Cómo citar

Pietrani, A. M., & Souza, A. B. de. (2023). A HERANÇA DE VÔ VICÊNCIO: ESCRAVIZAÇÃO, MEMÓRIA E (DES)CONSTRUÇÃO DO “EU” EM UM BILDUNGSROMAN NEGRO-BRASILEIRO. Revista De Letras Norte@mentos, 16(44). https://doi.org/10.30681/rln.v16i44.11128

Número

Sección

Dossiê Temático 2023/1 "As escrevivências de Conceição Evaristo: as mulheres negras no centro das narrativas"