MENTE CHEIA DE ESCORPIÕES: ASPECTOS DO PROTO-REALISMO PSICOLÓGICO DA PEÇA MACBETH DE WILLIAM SHAKESPEARE

Autores

  • LUIZ BORGES UFMG

DOI:

https://doi.org/10.30681/rln.v18i52.13122

Palavras-chave:

Dramaturgia elisabetana. Conflitos e contradições. Relações de poder.

Resumo

O presente artigo tem por objetivo demonstrar a existência de marcas na dramaturgia da peça Macbeth, de William Shakespeare (1564-1616), que se aproximam de configurações do conceito estético-filosófico do realismo psicológico na construção de seus personagens, que teve suas primeiras experiências na segunda metade do séc. XIX. Procedimentos como monólogos interiores, fragmentação do pensamento, atos do passado deformando a lucidez do personagem, bem como a alienação da realidade objetiva que definem uma ação dramática que se constrói efetivamente no interior da mente conturbada e altamente sensível de seu personagem-título. No que diz respeito aos elementos estruturantes da dramaturgia da peça: a culpa e o arrependimento, a memória e as tentativas de esquecimento de Macbeth são os motivadores de suas tragédias – dele e de Lady Macbeth. A observação e análise desses elementos estruturais e psicológicos autorizaram e orientaram o presente estudo.

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Biografia do Autor

  • LUIZ BORGES, UFMG

    Doutor em Literatura Brasileira, pelo Programa de Pós-Graduação em Estudos Literários (Pós-Lit), Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais. (2020) Mestre em Literatura Brasileira, pelo mesmo programa (2016). Bacharel em Língua Portuguesa, com ênfase em Estudos Literários, Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais (2012). 

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Publicado

21/07/2025

Edição

Seção

Artigos Estudos Literários

Como Citar

BORGES, L. (2025). MENTE CHEIA DE ESCORPIÕES: ASPECTOS DO PROTO-REALISMO PSICOLÓGICO DA PEÇA MACBETH DE WILLIAM SHAKESPEARE. Revista De Letras Norte@mentos, 18(52), 119-137. https://doi.org/10.30681/rln.v18i52.13122