RELATO DE EXPERIÊNCIA: ANÁLISE DO DIREITO AO BPC-LOAS PARA PESSOAS COM TEA E AS DIFICULDADES NA COMPROVAÇÃO PERANTE O INSS

Autores

  • Luciana dos Santos Silva UNIFACC
  • Gabriel Salazar Curty UNIFACC

DOI:

https://doi.org/10.30681/politi(k)con.v7i.13451

Palavras-chave:

Transtorno do Espectro Autista (TEA), Benefício de Prestação Continuada (BPC-LOAS), Direito Previdenciário, Comprovação Diagnóstico, INSS

Resumo

Este relato de experiência objetiva propor uma agenda de pesquisa baseada no estágio não obrigatório realizado em um escritório de advocacia especializado em Previdenciário. Durante o estágio, foram identificadas dificuldades enfrentadas por familiares de pessoas com TEA (Transtorno do Espectro Autista) ao buscarem, judicialmente, assegurar o direito ao BPC-LOAS (Benefício de Prestação Continuada) perante o INSS, negado administrativamente. Especificamente, essas dificuldades dizem respeito à comprovação do diagnóstico e ao cumprimento dos requisitos legais para a concessão do benefício, que frequentemente envolvem questões socioeconômicas complexas. Verifica-se na prática um conflito entre o que é previsto na legislação, os critérios de concessão adotados pelo INSS e a realidade enfrentada pelas famílias. O INSS desconsiderou os altos custos dos tratamentos particulares (situações subjetivas) e a demora na obtenção de cuidados pelo SUS, o que acaba impactando a avaliação da renda familiar e, consequentemente, o critério de miserabilidade. A experiência adquirida no estágio demonstrou que os critérios atuais do INSS para concessão do BPC-LOAS não se adequam plenamente às necessidades das pessoas com TEA. Este relato, portanto, não apenas descreve as dificuldades práticas observadas, mas também sugere a importância de uma agenda de pesquisa focada na adequação das políticas públicas às necessidades reais dessas famílias e no processo de formação do operador do Direito pautado na humanização e problematização social, pois evidenciou-se a discrepância entre a legislação vigente e a sua aplicação prática pelo INSS, especialmente no que tange às famílias de pessoas com TEA, sendo necessário superar o modelo de ensino bancário para um libertador.

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Biografia do Autor

  • Luciana dos Santos Silva, UNIFACC

    Graduanda em Direito pela UNIFACC.

  • Gabriel Salazar Curty, UNIFACC

    Advogado (OAB/MT) no Núcleo de Prática Jurídica e Professor na União das Faculdades Católicas do Mato Grosso (UNIFACC). Experiência com Assessoria Jurídica (DPU-Rondonópolis/MT). Mestre e Doutorando em Ciências Criminais (PPGCCRIM) pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), com bolsa de estudo concedida pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Especializações na área do Direito concluídas e em andamento. Bacharel em Direito pela UNEMAT. Integrante do Grupo de Pesquisa em Políticas Públicas de Segurança e Administração da Justiça Penal (GPESC/PUCRS), do Grupo de Pesquisa em Gestão Integrada da Segurança Pública (GESEG/PUCRS), do Grupo de Estudos e Pesquisa em Direitos Fundamentais e Interdisciplinaridade (GEDIFI/UNEMAT) e do Grupo de Pesquisa em Políticas Públicas, Direito, Estado e Sociedade (PPDES/UNEMAT). Contato: gabriel.curty@edu.pucrs.br

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Publicado

2025-05-16

Como Citar

dos Santos Silva, L., & Salazar Curty, G. (2025). RELATO DE EXPERIÊNCIA: ANÁLISE DO DIREITO AO BPC-LOAS PARA PESSOAS COM TEA E AS DIFICULDADES NA COMPROVAÇÃO PERANTE O INSS. Revista De Ciência Política, Direito E Politicas Públicas - POLITI(K)CON, 7, 64-72. https://doi.org/10.30681/politi(k)con.v7i.13451