“OLHA SÓ, A NEGRA AINDA É ATREVIDA”: RACISMO E VIOLÊNCIA GENDERIZADA NO CONTO “MARIA”, DE CONCEIÇÃO EVARISTO
DOI:
https://doi.org/10.30681/rln.v16i44.11036Palavras-chave:
racismo, violência genderizada, Maria, Conceição Evaristo.Resumo
O presente trabalho trata de uma análise do conto, Maria (2014), de Conceição Evaristo, na qual objetiva-se investigar as violências racial e de gênero que acometem a protagonista em sua condição de mulher negra. O estudo da narrativa trouxe à baila consequências da educação colonial que condicionou e construiu um legado de preconceitos na sociedade brasileira. As vivências da personagem figuram a relação entre raça e gênero demonstrando como contextos de exclusão são terrenos férteis para a proliferação de violências contra negros, principalmente, mulheres negras. No aporte teórico foram utilizadas predicações das teorias Pós-coloniais, de identidade e de gênero, especialmente quanto ao enfoque à pessoa negra. Destacam-se pressupostos dos seguintes autores: Grada Kilomba, Pierre de Bourdieu, Lélia Gonzalez, Laurentino Gomes.
Downloads
Referências
AKATIRENE, Carla. Interseccionalidade. São Paulo: Polén, 2019.
ALMEIDA, Silvio. Racismo estrutural. São Paulo: Polén, 2019.
BONNICI, Thomas. Conceitos-chaves da teoria pós-colonial. Maringá: Eduem, 2005.
BOURDIEU, Pierre. A dominação masculina. Tradução de Maria Helena Kühner. 4 ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2005.
BRAH, Avtar.; PHOENIX, Ann. “Não sou uma mulher? Revisitando a Interseccionalidade”. Tradução de Cláudia Santos Mayer & Matias Corbett Garcez. In: BRANDÃO, I. et al. Traduções da cultura: perspectivas críticas feministas (1970-2010). Florianópolis: Edufal; Editora da UFSC, 2017.
BUTLER, Judith. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. Trad. Renato Aguiar. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003.
CARNEIRO, Sueli. Racismo, sexismo e desigualdades no Brasil. São Paulo: Solo Negro, 2011.
EVARISTO, Conceição. Conceição Evaristo: imortalidade além de um título.
In: Revista Periferias. Rio de Janeiro. Disponível em:https://revistaperiferias.org/materia/conceicao-evaristo-imortalidade-alemde-um-titulo/>. Acesso em: 16 de agosto de 2020.
EVARISTO, Conceição. Olhos d’água. Rio de Janeiro: Pallas, 2018.
GOMES, Laurentino. Escravidão: do primeiro leilão de cativos em Portugal até a morte de Zumbi dos Palmares. 1. ed. Rio de Janeiro: Globo Livros, 2019.
GONZALEZ, Lélia. Por um feminismo afro-latino-americano: ensaios, intervenções e diálogos. Org: Flávia Rios, Márcia Lima. 1. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2020.
KILOMBA, Grada. Memórias da plantação: episódios de racismo cotidiano.
Tradução de Jess Oliveira. Rio de Janeiro: Cobogó, 2019.
MACHADO, Bárbara Araújo. Escre(vivência): a trajetória de Conceição Evaristo. História oral, v. 17, n. 1, p. 243-265, jan./jun. 2014.
MORRISON, Toni A origem dos outros: seis ensaios sobre racismo e literatura. Tradução: Fernanda Abreu. 1. ed. Rio de Janeiro: Companhia das Letras, 2019.
MUNANGA, Kabengele. Negritude: usos e sentidos. Belo Horizonte:
Autêntica Editora, 2015.
NASCIMENTO, Abdias do. O genocídio do negro brasileiro: processo de um racismo mascarado. São Paulo: Editora Perspectiva, 2016.
SILVA, Rosemere Ferreira. Entre o literário e o existencial, a “escrevivência” de Conceição Evaristo na criação de um protagonismo feminino negro no romance Ponciá Vicêncio. Revista Entreletras: Araguaína/TO, v. 8, n. 1. 2017.
SPIVAK, Gayatri. Pode o subalterno falar?. Tradução de Sandra Regina G. A., Marcos P. F., André P. F. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2010.
WERNECK, Jurema. Introdução. In: EVARISTO, Conceição. Olhos d’água. Rio de Janeiro: Pallas: Fundação Biblioteca Nacional, 2018. p. 13-14.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Os direitos autorais dos artigos publicados pertencem à Revista de Letras Norte@mentos e seguem o padrão Creative Commons (CC Atribution 4.0), que permite o remixe, a adaptação e criação de obras derivadas do original, mesmo para fins comerciais