METODOLOGIA DE ESTUDOS DO CONTATO LINGUÍSTICO INTERVARIETAL EM LUGARES DE MIGRAÇÃO RECENTE: ALGUNS APONTAMENTOS
DOI:
https://doi.org/10.30681/rln.v6i12.6884Resumo
No Brasil, estudos voltados à descrição das variedades da língua portuguesa, tradicionalmente, pautaram-se em pesquisas topostáticas em que se inquiriam falantes nascidos e criados na localidade a fim de registrar o uso da língua em áreas dialetais historicamente estabelecidas. A combinação de critérios como processo de povoamento, aspectos geográficos, demográficos, históricos e culturais, ou ainda, antiguidade e grau de isolamento de um lugar em relação a outros mais dinâmicos e desenvolvidos, foram utilizados para determinar os pontos de observação de estudos desta natureza. No entanto, as comunidades de fala caracterizadas pelo fluxo migratório, pelo processo de ocupação recente e, consequentemente, pelo intenso contato linguístico (intervarietal ou entre línguas distintas) parecem ter sido ignoradas pelos pesquisadores durante muito tempo. Diante do exposto, questiona-se: como descrever essa realidade linguística? A pesquisa de doutoramento A topodinâmica da variação do português gaúcho em áreas de contato intervarietal em Mato Grosso propõe uma possibilidade de investigação fundamentada, sobretudo, nas contribuições da Geolinguística Pluridimensional e Relacional. O presente artigo trará alguns apontamentos referentes aos critérios adotados na Tese desde a escolha das localidades e o perfil dos informantes à elaboração de um questionário (instrumento de coleta de dados) que contemple a conjugação dos contatos linguísticos de variedades de uma mesma língua à dimensão diatópica topodinâmica.
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