SENHORA, DE JOSÉ DE ALENCAR: ENTRE O AMOR E POLÍTICA
DOI:
https://doi.org/10.30681/rln.v18i52.13096Palabras clave:
José de Alencar, senhora, monarquia, políticaResumen
O presente artigo analisa o romance Senhora, de José de Alencar, sob a perspectiva das tensões políticas e sociais do Brasil no século XIX. Ao explorar a relação entre os protagonistas Aurélia e Fernando, interpreta-se a obra como uma alegoria das contradições enfrentadas pela sociedade brasileira durante a transição entre o regime monárquico e a ascensão das ideologias republicanas. Por meio do enredo, o escritor expõe a permanência das estruturas hierárquicas e patriarcais, ao mesmo tempo em que critica as restrições impostas às liberdades pessoais e sociais, refletindo a realidade histórica marcada pela continuidade da escravidão e pela forte influência do legado colonial. Destaca-se também o papel do casamento como transação econômica e social, evidenciando a subordinação feminina e a busca da protagonista pela autonomia em um contexto opressor. Além disso, o romance é abordado como um reflexo do conservadorismo político do autor, defensor da monarquia, que utiliza a ficção como espaço privilegiado para expressar suas convicções ideológicas. Por fim, Senhora revela-se não somente como uma narrativa sobre amor e vingança, mas também como uma contundente crítica às contradições de uma sociedade em transformação, ainda profundamente marcada pelo autoritarismo e pela desigualdade social, evidenciando, assim, a habilidade do romancista em retratar literariamente os dilemas sociais e políticos de seu tempo, bem como em destacar a complexidade e as ambivalências características do Brasil oitocentista.
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