A escrita da história e seus despropósitos: uma experiência de pesquisa com Michel de Certeau e Manoel de Barros
DOI:
https://doi.org/10.30681/21787476.2023.E392311Palavras-chave:
História da Educação, Michel de Certeau, Manoel de BarrosResumo
Este trabalho tem como objetivo apresentar uma experiência de pesquisa sobre o cotidiano escolar de uma instituição educativa, na qual teve como principal referencial teórico Michel de Certeau, unido à poesia de Manoel de Barros. Para tanto, a experiência da pesquisa volta-se para destacar as artes de fazer, desde a iniciativa da construção da escola pela própria comunidade, como também no que se refere à dinâmica criadora, inventiva e astuciosa daqueles que participaram do seu cotidiano escolar. A metodologia está ancorada em uma pesquisa qualitativa, de cunho histórico e como recursos utilizou-se de testemunhos orais e documentos históricos sobre a educação da cidade de Sinop-MT. Trata-se de uma proposta de escrita da história que se assume como uma versão inacabada, repleta de despropósitos, como diria Manoel de Barros. Contudo, versa sobre a composição de uma história a contrapelo, a partir de olhares de um fazer ciência com arte e poesia, convidando o leitor a olhar para um passado, em que cada um, à sua maneira, exercia como ninguém suas artes de se fazer sujeito, cada qual com a singularidade que lhe era própria.
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