DECOLONIALIZAR A NOSSA MENTE PARA INTERCULTURALIZAR-NOS: UMA APROXIMAÇÃO À FORMAÇÃO DE PROFESSORES INDÍGENAS NO BRASIL
DOI:
https://doi.org/10.30681/ecs.v10i3.4005Resumo
A corrente do pensamento decolonial abriu um panorama de análise holística e crítica que nos permite estudar o cultural vinculado a um contexto político e econômico global, a partir de processos históricos e de transformações sociais contemporâneas. Ele tornou-se um potente canal de compreensão das sociedades do continente, incluindo a brasileira, que o designa como um excelente ponto de partida para localizar as medidas que podem ser tomadas para empreender um projeto de transformação social e epistêmica que atenda as falhas estruturais e as conjunturas atuais que as afligem. A proposta apresentada nesse artigo teórico consiste em uma leitura da trajetória histórica da educação indígena e intercultural para compreender os desafios atuais do ensino superior pensado para a formação de professores indígenas no Brasil, a partir de uma perspectiva decolonial. Essa revisão da literatura nos permitiu proporcionar uma série de reflexões sobre como a luta por uma autonomia educacional se materializa na possibilidade de construir programas universitários, para a formação de professores indígenas, pertinentes e coerentes com seus contextos locais. Embora existam iniciativas que valorizam os conhecimentos ancestrais e pretendam atender às demandas educacionais dos povos indígenas, falta muito para que tenham um potencial transformador na lógica universalista do conhecimento que rege o projeto social dominante. Podemos concluir, portanto, que a educação superior intercultural não consegue integrar os elementos do universo cultural dos povos indígenas imersos, porque ainda não é possível consolidar uma aposta holística que conceba uma real abertura de conhecimento desde as universidades.
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