EDUCAÇÃO, TERRITÓRIO E MEMÓRIA: A CONSTRUÇÃO DO ESPAÇO ESCOLAR EM HULHA NEGRA (1944-1992)

Abstract

Este artigo analisa os processos históricos envolvidos na construção do espaço educativo em Hulha Negra (RS), Brasil, entre 1944 e 1992, articulando memória coletiva, territorialidade e práticas educativas. A pesquisa está fundamentada nos campos da história da educação e da geografia crítica, adotando uma abordagem qualitativa e histórico-cultural. Ele se baseia em fontes primárias - como jornais, mapas, registros escolares e memoriais comunitários - e contribuições teóricas de Bourdieu, Lefebvre, Haesbaert e Halbwachs. O estudo destaca como a colonização, a mineração de carvão, os assentamentos rurais e os movimentos de emancipação política moldaram uma rede escolar enraizada localmente. As escolas rurais, muitas vezes estabelecidas por meio de esforços comunitários, mostram-se locais de resistência cultural, transmissão de memória e formação de identidade. A análise revela que o campo educacional em Hulha Negra funciona como uma arena simbólica e social, onde as escolas atuam como produtoras de territorialidade e projetos coletivos. O artigo contribui para o debate sobre a centralidade da educação nas formações territoriais periféricas e o reconhecimento dos saberes locais.