PARA LER, RELER E DESLER CAMÕES: UMA LEITURA DECOLONIAL DO CONTO “ESTRANHOS PÁSSAROS DE ASAS ABERTAS” (2003), DE PEPETELA

Autores

DOI:

https://doi.org/10.30681/rln.v15i41.10611

Palavras-chave:

Alteridade, Diferenças, Literatura Africana, Decolonialidade

Resumo

Apresenta-se neste texto, um estudo bibliográfico que se desenha a partir de uma leitura decolonial do conto Estranhos Pássaros de Asas Abertas (2003), do escritor angolano Pepetela, orientada por uma análise comparativa/contrastiva com o Canto V - O Gigante Adamastor, do escritor português Luís Vaz de Camões. À vista disso, reflete-se sobre o “complexo de alteridade” e como as diferenças de gênero, de raça, de língua, de estética e de cultura são marcadas em ambos os textos. Tomamos como referência o debate sobre "o perigo de uma história única”, da nigeriana Chimamanda Adichie (2019), buscando contribuir com possíveis reinterpretações críticas e reconstruções de imaginários em sociedades colonizadas, a partir da literatura africana de expressão portuguesa. Neste processo de “des-leitura”, ambos os textos apresentam visões antagônicas sobre o mesmo fato: a invasão dos portugueses à Costa Africana. Demonstra-se aqui como a produção literária africana configura-se como uma possibilidade de contribuição para um letramento antirracista, decolonial e intercultural.

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Publicado

19/12/2022

Como Citar

Paradiso, S. R., Fonseca, S. C. da, & Melo, E. dos S. (2022). PARA LER, RELER E DESLER CAMÕES: UMA LEITURA DECOLONIAL DO CONTO “ESTRANHOS PÁSSAROS DE ASAS ABERTAS” (2003), DE PEPETELA. Revista De Letras Norte@mentos, 15(41). https://doi.org/10.30681/rln.v15i41.10611