EDUCAÇÃO INTERCULTURAL E DIREITOS LINGUÍSTICOS: ELEMENTOS CURRICULARES PARA A PRÁTICA DE ENSINO DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS
Palavras-chave:
intercultura, metodologia de ensino, línguas estrangeiras.Resumo
A democratização do acesso à língua estrangeira está intrinsecamente ligada ao tema da diversidade cultural, que vem adquirindo crescente importância na atualidade. São notórios os conflitos étnicos em nível mundial e a criação de práticas racistas oriundas de preconceitos, estereótipos, intolerância cultural e incapacidade de compreender a dinâmica diferenciada das diversas culturas. Nesse sentido, o ensino de línguas estrangeiras deve apontar para uma perspectiva plurilingue. Um desafio na construção curricular do ponto de vista intercultural é a superação do chamado “monolinguismo estrangeiro”, oferta superdimensionada ou exclusiva de uma determinada língua estrangeira na escola pública, reflexo da orientação autoritária da Educação brasileira. Trata-se de superar essa limitação curricular e ampliar esse universo possibilidades, democratizando o acesso a outros idiomas, de escolha dos próprios alunos, escola e comunidade. O conhecimento em língua estrangeira é hoje considerado um direito, requisito para o exercício de uma cidadania plena, não apenas para alunos em fase escolar, mas para a maioria da população. Para que se viabilize como um instrumento eficaz nesta época em que se encurtam as distâncias físicas, mas se aprofundam as distâncias sociais, é preciso pensar na construção de alternativas curriculares que representem, na prática, iniciativas de democratização em todos os níveis e, relevantemente, no campo do acesso ao conhecimento.Downloads
Referências
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