EDUCAÇÃO DE SENSIBILIDADE: A MAESTRIA DOS SABERES TRADICIONAIS

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DOI:

https://doi.org/10.30681/21787476.2020.33.177207

Resumo

O texto tem por objetivo apresentar algumas contribuições sobre educação de sensibilidade e como essa postura educativa se apresenta no brincar, na capoeira e na literatura. Trata-se de pesquisa teórica ancorada no campo da antropologia do imaginário, com autores como Gilbert Durand, Marcos Ferreira-Santos, Rogério de Almeida, Michel Maffesoli, Bruno Duborgel, George Gusdorf, entre outros. Discute-se o papel do professor como mestre iniciador da criança no mundo da cultura; o direito ao tempo de brincar livre; a capoeira como prática de educação ancestral – coletiva, circular, com movimento, canto e dança –, além do papel da literatura como convite para pensar sobre a criança que sofre, todos aspectos ou modulações de uma educação de sensibilidade. Conclui-se que o brincar, a literatura e a capoeira evidenciam dimensões de uma educação de sensibilidade que podem conduzir à construção da relação mestre-aprendiz, ou maestria, minimizando assim mecanismos autoritários e etnocêntricos das práticas educativas.

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Biografia do Autor

  • Elni Elisa Willms, Professora do PPGEdu UFMT/Centro Universitário de Rondonópolis. Rondonópolis – Mato Grosso
    Doutorado em Educação-FE/USP.  Professora do PPGEdu UFMT/Centro Universitário de Rondonópolis. Rondonópolis – Mato Grosso – Brasil.

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Publicado

2020-08-06

Edição

Seção

ARTIGO

Como Citar

EDUCAÇÃO DE SENSIBILIDADE: A MAESTRIA DOS SABERES TRADICIONAIS. Revista da Faculdade de Educação, [S. l.], v. 33, n. 1, p. 177–207, 2020. DOI: 10.30681/21787476.2020.33.177207. Disponível em: https://periodicos.unemat.br/index.php/ppgedu/article/view/4791.. Acesso em: 19 nov. 2024.