A RELAÇÃO DE DISTINÇÃO E SEMELHANÇA ENTRE O USO E A APROPRIAÇÃO DAS TECNOLOGIAS NA EDUCAÇÃO
DOI:
https://doi.org/10.30681/ecs.v10i3.3929Resumen
O artigo busca repensar e problematizar a noção de uso subjacente a presença das tecnologias digitais no ambiente escolar. A análise crítica dos usos das tecnologias na educação será inspirada na teoria do uso de Giorgio Agamben e na noção de mimesis humana e a condição paradoxal do uso mimético das tecnologias na educação. A natureza paradoxal da mimesis humana cria ao imitar e imita ao criar, em uma relação de uso que pode ser criativa. Esse paradoxo consiste justamente na possibilidade de colocar o usuário e o criador sob a mesma figura, a de qualquer um de nós, tornando-os a mesma coisa. A criação e o fazer do uso consiste em usar de modo novo uma criação antiga. Se tradicionalmente um produtor cria, um estudante usa e um professor administra, a convergência tecnológica que possibilita a convergência dessas tarefas e dessas figuras é, para o pior e para o melhor, uma das características das primeiras décadas de nosso século. Uma outra forma de relação com a tecnologia e de seus produtos vai depender da mediação e intervenção pedagógica do educador. A tecnologia também não pode ser reduzida ao uso de dispositivos, pois tal redução esconde uma faceta da tecnologia que pode nos transformar em mero instrumentos de uso dela. Assim a relação de uso pode se inverter, transformando-nos em instrumentos da tecnologia, a usamos de uma maneira não inventiva justamente quando somos apenas usados pela criação tecnológica de uma elite dominante fazedora.
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