O ARQUÉTIPO DO GUARDIÃO EM CAVALEIROS DO ZODÍACO:
UMA ANÁLISE SEMIÓTICA DO CAVALEIRO DE OURO DE ÁRIES, MÚ
DOI:
https://doi.org/10.30681/rln.v18i54.13534Keywords:
Mú de Áries, Semiótica arquetípica, CDZAbstract
O presente artigo analisa, sob a perspectiva da semiótica arquetípica, a composição do guardião na personagem Mú de Áries, do anime Os Cavaleiros do Zodíaco (Kurumada, 1986). Para alcançar tal propositura, segue-se o traçado metodológico-heurístico da semiótica arquetípica desenvolvido por Soares (2020). Desse modo, recorre-se ao uso da conceituação junguiana de arquétipo (Jung, 2002) que, por sua vez, possibilita a aplicação extensiva tanto das quatro fases constituintes da narrativa (Platão; Fiorin, 1993) quanto dos quatro pontos das necessidades básicas de constituição arquetípica (Mark; Pearson, 2003) sobre os quais assentam a análise cujo tensionamento é compreender a valência dos principais traços ligados à estrutura semiótica do guardião. Segundo os dois parâmetros, a atuação de Mú como mentor e restaurador das armaduras dos cavaleiros de bronze reforça e atualiza sua função de guardião, transcendendo a mera proteção física para alcançar um nível ético e moral. Como avaliação das possíveis contribuições oriundas da investigação empreendida, constata-se, entre outros elementos, que Mú personifica a integridade e o discernimento, tornando-se uma figura emblemática no universo de Os Cavaleiros do Zodíaco, cuja atuação ressoa com questões profundas da condição humana.
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