Pensar a infância a partir de narrativas literárias: o que nos dizem?
DOI:
https://doi.org/10.30681/faed.v41i1.13355Palavras-chave:
infancia, literatura, narrativasResumo
A infância pode ser dita de diferentes maneiras. Podemos dizê-la a partir de uma cronologia, de uma história, mas também podemos dizê-la a partir da arte, a partir de narrativas que nos dão imagens de infâncias. A narrativa aqui ganha um sentido alargado, encontrado em Squire (2014), não se limitando a determinada mídia ou “matriz semiótica”, portanto, incluso aí o filme como narrativa. A escolha do filme, no lugar da obra literária, se deu pelo acesso comum a este modo de mídia pelo qual nós conhecemos a narrativa. O nosso trabalho tem como objeto investigar as infâncias presentes em três narrativas distintas: Kiriku e a feiticeira, O Pequeno Príncipe e Alice no país das maravilhas, sendo a primeira uma narrativa, ainda que em um suporte diferente O que essas infâncias podem nos dizer? O que elas nos permitem pensar sobre este momento inaugural do ser humano em sua jornada existencial? Por meio de uma pesquisa bibliográfica e da análise das narrativas selecionadas, as quais foram escolhidas por suas afinidades em termos de imagens da infância, buscamos descobrir o que essas infâncias literárias podem nos dizer, em diálogo com especialistas e estudiosos do campo da infância. Utilizamos em nossas análises uma perspectiva afirmativa de infância em consonância com o pensamento de teóricos como Kohan (2011), Friedmann (2020). Nas três narrativas podemos encontrar três características principais possíveis de se afirmar sobre as infâncias: a curiosidade, o questionamento e a provocação, características que podem ser potencializadas por meio do processo educacional.
Downloads
Referências
CHIQUINI, Aline; SILVA, Luzia Batista de Oliveira. A infância poética em Gaston Bachelard e Lewis Carroll. Cadernos Cajuína, v.4, n. 3, p. 101-112, 2019.
CUNHA JUNIOR, Williams Nunes da. O pensamento sobre a infância e a infância do pensamento: o ensino de filosofia e a cultura científica na Educação Infantil. In: CONGRESSO NACIONAL DE EDUCAÇÃO, 8, 2022, Maceió. Anais. Campina Grande: Realize, 2022. Disponível em: https://editorarealize.com.br/artigo/visualizar/88844.
DERDYK, Edith. “Papel em branco”. In: GOBBI, Maria Aparecida; PINAZZA, Mônica Appezzato (orgs.). Infância e suas linguagens. São Paulo: Cortez, 2014.
FRIEDMANN, Adriana. A vez e a voz das crianças: escutas antropológicas e poéticas das infâncias. São Paulo: Panda Books, 2020.
KERLAN, Alain. “Criança filósofa? Criança artista? A modernidade de J. J. Rousseau: O Emílio e a “partilha do sensível””. In: MATOS, Junot Cornélio; COSTA, Marcos Roberto Nunes. Ensino de Filosofia: questões fundamentais. Recife: Ed. Universitária da UFPE, 2014.
KOHAN, Walter O. Infância: entre educação e filosofia. 2. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2011.
MATA, Juan. “O direito das crianças de sonhar”. In: GOBBI, Maria Aparecida; PINAZZA, Mônica Appezzato (orgs.), Infância e suas linguagens. São Paulo: Cortez, 2014.
NIGRIS, Elisabetta. “A “didática da maravilha”: um novo paradigma epistemológico. In: GOBBI, Maria Aparecida; PINAZZA, Mônica Appezzato (orgs.). Infância e suas linguagens. São Paulo: Cortez, 2014.
SAINT-EXUPÉRY, Antoine de. O pequeno príncipe. Trad. Dom Marcos Barbosa. 48. ed. Rio de Janeiro: Agir, 2009.
STACCIOLI, Gianfranco. “Os traços invisíveis nos desenhos das crianças”. In: GOBBI, Maria Aparecida; PINAZZA, Mônica Appezzato (orgs.). Infância e suas linguagens. São Paulo: Cortez, 2014.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Williams Nunes da Cunha Junior

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Licença CC-BY-NC
"Revista da Faculdade de Educação adota a licença Creative Commons BY-NC do tipo "Atribuição Não Comercial". Essa licença permite, exceto onde está identificado, que o usuário final remixe, adapte e crie a partir do seu trabalho para fins não comerciais, sob a condição de atribuir o devido crédito e da forma especificada pelo autor ou licenciante".