A ESCRITA DAS MULHERES NEGRAS, TRABALHADORAS DOMÉSTICAS: LENIRA MARIA DE CARVALHO E FRANCISCA DE SOUZA SILVA
DOI:
https://doi.org/10.30681/2178-7476.2018.30.5167Palavras-chave:
mulheres negras, escritas, trabalhadoras domésticas.Resumo
Este artigo se debruça sobre as narrativas Só a gente que vive é que sabe: depoimento de uma doméstica (1982) e A luta que me fez crescer (2000), de Lenira Maria de Carvalho, e Ai de vós! Diário de uma doméstica (1983), de Francisca de Souza Silva, buscando verificar como as autoras tecem, a partir das suas memórias, o discurso sobre as experiências e trajetórias de vida de mulheres negras, trabalhadoras domésticas. Apoiamo-nos para a reflexão nos estudos de Frantz Fanon (2005) e Paulo Freire (1988) que acenam para a ação do oprimido e a audição/ausculta de seu dizer. Constata-se que a escrita dessas mulheres se contrapõe, de forma aguda, a uma narrativa autorizada sobre a história das mulheres, história de trabalhadoras e a história da sociedade brasileira.Downloads
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