“QUE SAIR O QUÊ, EU TÔ ESCREVENDO UM ARTIGO”:

UMA ANÁLISE CONSTRUCIONISTA DAS CONSTRUÇÕES [QUE MANÉ X], [QUE X O QUÊ] E [QUE X QUE NADA] DO PORTUGUÊS BRASILEIRO.

Autores

  • Diogo Oliveira Ramires Pinheiro Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
  • Paula Sasse da Rocha Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

DOI:

https://doi.org/10.30681/rln.v18i54.12973

Palavras-chave:

Gramática de construções, Idioms, Português brasileiro.

Resumo

Este estudo visa investigar três expressões idiomáticas do português brasileiras, que aqui são identificadas pelos padrões [Que Mané X], [Que X que nada] e [Que X o quê] e aparecem em sentenças como: "Que mané sair, tenho que estudar.", "Que sair o quê, tenho que estudar." e "Que sair que nada, tenho que estudar.". A aparente intercambialidade dessas expressões apresenta um problema para algumas teorias funcionais, visto que estas defendem que padrões sintáticos distintos devem apresentar semânticas também distintas. Sendo assim, questiona-se: quais são as similaridades entre os padrões? E suas distinções? À luz da Gramática de Construções Baseada no Uso (GCBU), defendemos que cada um desses padrões é uma construção gramatical distinta, e juntas formam uma família construcional denominada aqui de família de construções semipreenchidas de rejeição enfática. Desse modo, acredita-se que as três construções tanto compartilham como apresentam distintas propriedades sintáticas e semântico-pragmáticas. A fim de averiguar tais questões foi realizada uma análise qualitativo-interpretativa e quantitativa a fim de: (i) descrever as propriedades formais e semântico-pragmáticas das construções em foco; (ii) definir as motivações por trás das propriedades formais das nossas construções; e (iii) diferenciar semântico-pragmaticamente as três construções.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Diogo Oliveira Ramires Pinheiro, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

     Mestrado em Língua Portuguesa pela UFRJ, doutorado em Linguística pela UFRJ e pós-doutorado ("visiting scholar") na área de Linguística pela Universidade de Lancaster (Inglaterra). É Professor Associado da UFRJ, onde atua como membro permanente do Programa de Pós-Graduação em Linguística. É um dos líderes do Grupo LinC (Laboratório de Linguística Cognitiva), certificado pelo CNPq, e editor-chefe do periódico Entrepalavras. É autor do livro "Curso Básico de Gramática de Construções" (Editora Contexto, 2025) e coeditor de duas obras: "Elementos de Gramática Cognitiva" (Editora Perin, 2025) e "Linguística Cognitiva em foco: morfologia e semântica" (Editora Publit, 2010). Com atuação inserida nos campos da Gramática de Construções e da Linguística Cognitiva, desenvolve pesquisa quantitativa (experimental e baseada-em-corpus) sobre a relação entre gramática e intersubjetividade. Seu projeto atual, intitulado "A codificação linguística das relações interpessoais: construções idiomáticas de intersubjetividade", foi contemplado com financiamento da Faperj (Edital de Auxílio Básico à Pesquisa - APQ1).

  • Paula Sasse da Rocha, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

    Mestranda no Progama de Pós-Graduação em Linguísta da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Graduada em Licenciatura Português - Inglês pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Membro do Laboratório de Pesquisas em Linguística Cognitiva (LinC - UFRJ), coordenado pela Profª Drª Lilian Vieira Ferrari. Segue a linha dos Modelos Funcionais Baseados no Uso, sob orientação do Prof Dr. Diogo Pinheiro e atualmente pesquisa " As construções idiomáticas [Que mané X], [Que X o quê] e [Que X que nada]: uma análise construcional.

Referências

AMPHILÓPHIO FUMAUX, Nuciene Caroline; SAMPAIO BRAGA ALONSO, Karen; CEZARIO, Maria Maura. CONSTRUCIONALIZAÇÃO DE UM MONTE DE SN: UMA ABORDAGEM CENTRADA NO USO. Percursos Linguísticos, [S. l.], v. 7, n. 14, p. 139–158, 2017.

FILMORE, C. J.; KAY; P.; O’CONOR, C. Regularity and idiomaticity in grammatical constructions: the case of let alone. Language, 1988.

FILMORE, C. Syntactic Intrusions and The notion of Construction Grammar. Proceedings of the Eleventh Annual Meeting of the Berkeley Linguistics Society, p. 73-86, 1985.

GOLDBERG, A. Constructions: A construction grammar approach to argument structure. Chicago: Chicago University Press, 1995.

______. AUWERA, J. V. de. This is to count as a construction. Folia Linguistica, 46, 1, p. 109-132, 2012

GRICE, H. P. Logic and Conversation. (1975).

KAY, P. The Kind of/Sort of Construction. Proceedings of the Tenth Annual Meeting of the Berkeley Linguistics Society, p. 157-171, 1984.

LAMBRECHT, K. Informational structure and sentence form: topic, focus and the mental representation of referents. Cambridge: University Press, 1994.

______.“What, me worry?” – ‘Mad Magazine Sentences’ Revisited. Proceedings of the Sixteenth Annual Meeting of the Berkeley Linguistics Society, p. 215-228, 1990.

LEVINSON, Stephen C. Presumptive Meanings: The Theory of Generalized Conversational Implicature Language, Speech, and Communication. Massachusetts: MIT Press, 2000.

SZCZESNIAK, K. What? Me, lie? The Form and Reading of the Incredulity Response Construction. Construction Journal, 1, p. 1- 13, 2015.

Downloads

Publicado

12/09/2025

Edição

Seção

Artigos Estudos Linguísticos

Como Citar

Pinheiro, D. ., & Sasse, P. (2025). “QUE SAIR O QUÊ, EU TÔ ESCREVENDO UM ARTIGO”:: UMA ANÁLISE CONSTRUCIONISTA DAS CONSTRUÇÕES [QUE MANÉ X], [QUE X O QUÊ] E [QUE X QUE NADA] DO PORTUGUÊS BRASILEIRO. Revista De Letras Norte@mentos, 18(54), 278-298. https://doi.org/10.30681/rln.v18i54.12973