Mitos, saberes ancestrais e escolarização: paradoxos culturais no cotidiano do povo Boe-Bororo - Aldeia Córrego Grande
DOI:
https://doi.org/10.30681/rtakaa.v3i1.14041Palavras-chave:
Bóe-Bororo, Saberes Ancestrais, EscolarizaçãoResumo
Este ensaio traz reflexões sobre os paradoxos culturais vividos pelos povos indígenas, tratando de forma mais específica das experiências do povo Boe-Bororo, da aldeia Córrego Grande, Terra Indígena Tereza Cristina, localizada em Santo Antônio de Leverger-MT. A partir do mito de origem e da contextualização atual sobre a educação das crianças Boe-Bororo, o artigo desenvolve uma reflexão sobre os efeitos das trocas culturais e linguísticas no cotidiano dos povos originários, em cujo contexto apresentado, as relações desiguais ameaçam a permanência das narrativas míticas e de saberes ancestrais. Nesse cenário, a escolarização de crianças indígenas (mesmo como suposto projeto afirmativo de inclusão) instaura novos conflitos culturais e reforça outros já antigos. Em suas considerações finais, o artigo ressalta que, apesar de todos os dispositivos de dominação contra as culturas indígenas, elas ainda conseguem resistir, como resistem os Boe-Bororo em Mato Grosso.
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