O ADOLESCENTE, O FÃ E A ESCOLA: REFLEXÕES SOBRE AS (IM)POSSIBILIDADES DO DESEJO NO ATO EDUCATIVO
DOI:
https://doi.org/10.30681/21787476.2021.35.135152Palavras-chave:
Adolescência, Fanfic, Psicanálise, Escola, Ato educativo.Resumo
O presente artigo resulta de um desdobramento de uma dissertação de mestrado, onde se buscou refletir acerca da constituição subjetiva da adolescência atravessada pela cultura de fãs, configurada como fenômeno da cultura digital por meio das fandoms e das fanfics, num processo de socialização e criação de histórias, movidas por um interesse mútuo, invejável à cultura escolar. Para esse alcance, foi feito um percurso investigativo por meio da psicanálise, que foi tomada como ótica sobre o estudo da subjetividade, e a bricolagem como estudo da complexidade, em que diferentes saberes e experiências são reunidos em torno do fenômeno das fanfics. A aposta deste estudo foi por uma compreensão sobre o ressoar desse fenômeno na vida psíquica dos adolescentes que o constituem, em que medida o inconsciente opera nas narrativas fictícias criadas por esse público e de que maneira esse exercício narrativo revela sentidos para a experiência da escola. Aqui, fomos interrogados sobre as implicações do desejo no ato educativo e sobre as (im)possibilidades de um sujeito adolescente fã insurgir como estudante.
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