A roça tradicional: aspectos da ancestralidade e pedagogia Balatiponé-Umutina na etnomatemática

Resumo

Este artigo é parte da pesquisa da dissertação de mestrado, desenvolvida no Programa de Pós-Graduação Sctrito Sensu, Mestrado Profissional, em “Ensino em Contexto Indígena Intercultural” da Universidade do Estado de Mato Grosso, e trata sobre a etnomatemática presente na roça tradicional do povo Balatiponé-Umutina. O objetivo é apresentar uma experiência vivida em pesquisa na escola Jula Paré sobre a roça tradicional, pois é um tema trabalhado na escola como conteúdo pedagógico desde 2016, portanto, faz parte do currículo escolar. A pesquisa é de cunho qualitativo e participante, desenvolvida de forma colaborativa com os alunos da escola, com outras pessoas da comunidade, além de entrevistas com alguns anciãos, que detêm conhecimentos sobre a roça tradicional. Quanto ao referencial teórico, dialogamos com autores que tratam sobre o tema desse trabalho, como D’ambrósio, Beltz, Ribeiro, entre outros e, ainda, a leitura do Referencial |Curricular Nacional para as escolas indígenas-RCNEI, importante documento que aborda sobre a educação escolar indígena, de um modo geral. Este trabalho se insere dentro da política cultural educativa do povo Balatiponé em fazer a escola intercultural e específica e, também, com aprendizados da etnomatemática. Foi uma experiência pedagógica que permitiu se estabelecer relações dos conhecimentos empíricos com os conceitos matemáticos e etnomatemáticos, e que resultou, ainda, num produto educacional para estudantes dos anos iniciais da Escola Estadual Jula Paré.