A transição geracional do sistema de produção My͂ky
Palavras-chave:
Ressignificação, Resistência , Espiritualidade My͂kyResumo
O estudo analisa as estratégias de reprodução física, social e cultural adotadas pelos Myky, possibilitando-os a transição geracional dos seus sistemas de produção, vislumbrada a partir do contato de 1971 até dinâmica contemporânea. O trabalho foi realizado a partir de uma pesquisa qualitativa, com base na observação participante junto ao povo Myky, localizado no noroeste do estado de Mato Grosso – Brasil. A configuração da população indígena, em sua maioria, é composta por jovens frente ao número reduzido de velhos. Da mesma forma, o território tradicional ainda que diminuto, é apontando como local de resistência e autonomia do grupo, associando-se a isso as forças elementares da espiritualidade como suporte à reprodução física e cultural. A escola surge e se firma como novo espaço de ressignificação de valores externos à cultura, interligando (ponte) entre os saberes ocidentais e indígenas, contribuindo para reafirmação dos índios Myky.
Palavras-chave: Ressignificação. Resistência. Espiritualidade Myky.
Downloads
Referências
ALTIERI, Miguel A.; NICHOLS, Clara. Agroecologia: teoria y aplicaciones para una agricultura sustentable. Alameda: University Califórnia, 1999.
BALANDIER, Georges. A noção de situação colonial. In: Cadernos de Campo, ano 3, n. 3. São Paulo: USP, 1993.
BERGAMASCO, Sonia Maria Pessoa Pereira; NORDER, Luiz Antonio Cabello. O que são assentamentos rurais? São Paulo, Brasiliense, 1996.
BERNARDES et.al. Sociedade e Natureza. In.: CUNHA, S. B.; GUERRA, A. J. T. (ORGS.). A questão ambiental: diferentes abordagens. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2003. p. 17 – 14.
BERNARDES et.al. Resumo do relatório circunstanciado de identificação e delimitação da terra indígena Menkü. Processo nº8620.026062/2012-06. Diário Oficial da União, seção 1, p. 27, Brasília, 19 abr. 2012.
BOURDIEU, Pierre. A economia das trocas simbólicas. São Paulo: Perspectiva, 2005.
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, LDB. 9394/1996.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil 1988. Brasília, 1997.
BRASIL. Referencial Curricular Nacional para as escolas indígenas. Brasília: MEC/SEF, 1998.
BRASIL. FUNAI. BRASÍLIA, 2012
BUTLER, Judith. Vida precária: el poder del duelo y la violência - la ed. - Buenos Aires: Paidós, 2006. 192 p.
CANCLINI, Néstor Garcia. Culturas hibridas: Estratégias para entrar e sair da modernidade. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2008.
CARDOSO DE OLIVEIRA, de Roberto. O Trabalho de Antropólogo. Brasília: Paralelo 15; São Paulo UNESP, 2000. 220 p.
CLASTRES, Pierre. La Société contre l'État, éd. de Minuit, Paris, 1978 (1ère édition: 1974).
CLASTRES, Pierre. A economia primitiva. In: Arqueologia da violência. São Paulo: Cosac & Naify, 2004.
DIEGUES, Antônio Carlos. O mito moderno da natureza intocada. 3.a Edição, editora Hucitec, Núcleo de Apoio à Pesquisa Sobre Populações Humanas e Áreas Úmidas Brasileiras/USP, S. Paulo, 2001.
FERREIRA, Mariana Kawall Leal. A Educação Escolar Indígena: um diagnóstico crítico da situação no Brasil. In: Antropologia, História e Educação: A Questão Indígena e a Educação. Silva, Aracy Lopes da; FERREIRA, Mariana K. L. et. al (Org.) São Paul: Global, 2001.
GRUPIONI, Luís Donisete Benzi. As leis e a Educação Indígena: Programa, Parâmetros em Ação de Educação Escolar Indígena: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Fundamental, Brasília, 2001.
LARAIA, Roque de Barros. Cultura: um conceito antropológico / Roque de Barros Laraia. Rio de Janeiro: Jorge Zarar Ed., 2001.
LEFF, Enrique. Ecología y Capital. Racionalidad ambiental, democracia participativa y desarrolho sustentable. Siglo XXI-UNAM. México D.F., 1994.
LIMA, Alindo Prestes. Administração da unidade de produção familiar: modalidades de trabalho com agricultores. 3 ed. Ijuí: Ed. Unijuí, 2005. 224p.
MALINOWSKI, Bronislaw. Argonautas do Pacífica Ocidental. São Paulo: Editora Abril, 1984.
MARTINS, Dora; VANILLI, Sônia. Migrantes. 6ª ed. São Paulo: Contexto, 2004, p.41.
.
MAUSS, Marcel. “Ensaio sobre a dádiva”. Sociologia e antropologia (1925). São Paulo: Cosac Naify, 2003.
MORIN, Edgar, 1921 - A cabeça bem-feita: repensar a reforma, reformar o pensamento. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2003.
MOURA E SILVA, J. de. Os Irantxe: Contribuição para o estudo etnológico da tribo: In: Pesquisas, Vol1, instituto Anchietano de Pesquisas, Porto Alegre, 1957.
MOURA E SILVA, J. de. Os Menkü: 2. Contribuição ao Estudo da tribo Irantxe; In: Pesquisas, Antropologia, Vol. 10, Instituto Anchietano de Pesquisas, Porto Alegre, 1970.
MOURA, P. HOLANDA PEREIRA, A. História dos Menkü (Irantxe). Instituto Anchietano de Pesquisas, São Leopoldo, 1975.
OLIVEIRA, C. R. Percepção Ambiental dos Moradores no Entorno do Rio Perdido: Análise Amostral. 2009. 43 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Licenciatura em Geografia) - Ajes Instituto Superior de Educação do Vale Do Juruena, Juína. 2009.
PAULI, Gisela. The creation of real food and real people: Gender-complementarity among the Menkü of Central Brazil. Antropologia Social, University of St. Andrews. June 1999.
RAFFESTIN, Claude. Por uma geografia do poder. São Paulo: Ática, 1993.
RIBEIRO, Darcy. O Povo Brasileiro. A formação e o sentido do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras.1995.
SANTOS, Milton. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. Rio de Janeiro: Record, 2001.
SANTOS, Milton. O retorno do território. Apresentação por Maria Adélia Aparecida de Souza. OSA/.251, año VI nº16, enero-abril, 2005.
SANTOS, Milton. A Natureza do Espaço: Técnica e Tempo, Razão e Emoção / Milton Santos. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2006.
SHIVA, Vandana. Monocultures of the Mind: Perspectives on Biodiversity and Biotechnology Paperback – February 1, 1993.
SOARES, Wagner Lopes; PORTO, Marcelo Firpo. Atividade agrícola e externalidade ambiental: uma análise a partir do uso de agrotóxicos no cerrado brasileiro. Ciência & Saúde Coletiva, 12 (1): 131 -147, 2007.