Ensino de ciências: a prática pedagógica e a alfabetização científica no ensino fundamental I
DOI:
https://doi.org/10.30681/reps.v9i3.10089Resumo
O desenvolvimento da Alfabetização Científica (AC) no Ensino de Ciências nos anos iniciais tem sido um dos desafios da educação do século XXI que visa a constituição de uma formação para a cidadania. Ao encontro desse propósito, a presente pesquisa teve como objetivo investigar a prática pedagógica a fim de perceber elementos importantes da/para a didática, capazes de orientar a elaboração e execução de métodos que contribuam com a AC em aulas de Ciências no 3º ano do Ensino Fundamental em uma Escola Estadual do Município de Barra do Bugres – MT. O conceito de AC adotado nessa pesquisa se fundamenta nas ideias de Leonir Lorenzetti e Attico Chassot. Compreende-se a importância dessa investigação no que tange à reflexão sobre os caminhos que podem auxiliar os docentes dos anos iniciais a conhecer os elementos com potencial de facilitar ou dificultar o desenvolvimento da Alfabetização Científica. Para tanto, realizou-se uma pesquisa de abordagem qualitativa na perspectiva da metodologia da Pesquisa-ação crítica defendida por Michel Thiollent e Maria Franco. A proposta metodológica buscou construir um espaço de discussões, reflexões e planejamentos a fim de que todos os participantes da pesquisa, inclusive a pesquisadora, construíssem novos conhecimentos durante o processo. Os dados do estudo foram produzidos durante a realização de planejamentos, oficinas pedagógicas, bem como, observações em sala de aula, questionários e entrevistas com três professoras regentes das turmas do 3º ano do Ensino Fundamental I. Esses dados foram analisados com base no método de Análise de Conteúdo na modalidade da Análise Temática de Maria Cecília Minayo buscando refletir sobre a seguinte problemática: Quais elementos contribuem e/ou dificultam o planejamento e a execução de métodos didáticos de modo a desenvolver a Alfabetização Científica em turmas do 3º ano do Ensino Fundamental? Os principais resultados apontaram para uma formação inicial, contínua e continuada que pouco valoriza a formação para a cidadania, a falta de experiências das professoras com situações de ensino investigativo, a falta de conhecimento dos conteúdos a serem ensinados, resistência e insegurança quanto a inovação da didática, abordagem superficial dos conhecimentos científicos, a reprodução de conceitos, a interpretação dos conhecimentos científicos feita pelos professores sem considerar as dúvidas dos estudantes, a adoção de práticas que não levam em consideração os conhecimentos prévios dos estudantes, falta de atividades problematizadoras e a experimentação pela experimentação. Portanto, considera-se que o domínio do conteúdo agregado a uma prática problematizadora e contextualizada que apresenta clareza na estrutura conceitual da matéria de ensino, diversidade nas estratégias e nos recursos didáticos aponta a capacidade de orientar a elaboração e execução de planejamentos potencialmente significativos na formação para a cidadania, contribuindo assim para a AC. A falta de domínio teórico e metodológico, bem como, a superficialidade na abordagem dos conceitos científicos, a resistência à pesquisa e a falta de avaliação da prática pedagógica por meio de reflexões, dificultam o desenvolvimento de métodos capazes de contribuir com a AC dos professores e dos estudantes durante o processo de ensino e aprendizagem.
Palavras-chave: didática; teoria da aprendizagem significativa; anos iniciais; oficinas pedagógicas; pesquisa-ação.
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Referências
CHASSOT, A. Alfabetização Científica: questões e desafios para a educação. Coleção educação em química. 6. ed. -- Ijuí: Editora Unijuí, 2014.
FRANCO, M. A. S. Pedagogia da Pesquisa-Ação. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 31, n. 3, p. 483-502, set. /dez. 2005.
LORENZETTI, L. Alfabetização Científica no Contexto das Séries Iniciais. Dissertação de Mestrado. Florianópolis – SC, fevereiro de 2000.
MINAYO, M. C. de S. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 14. ed. – São Paulo: Hucitec, 2014.
THIOLLENT, M. Metodologia da Pesquisa-Ação. 18. ed. São Paulo: Cortez, 2011.
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